"Estamos recebendo mensagens perigosas de que as forças iraquianas, incluindo a Mobilização Popular e a Polícia Federal, estão preparando um grande ataque ao Curdistão", disse o Conselho de Segurança do KRG no Twitter, cuja mensagem foi confirmada à Agência Reuters por um funcionário curdo.
Os ataques estão sendo preparados nas áreas de Kirkuk e Mossul, disse a mesma fonte.
A notícia surge no mesmo dia em que um tribunal iraquiano decidiu prender as lideranças da comissão independente responsável pelo referendo sobre a independência do Curdistão iraquiano, realizado no mês passado.
"O tribunal de investigação decidiu prender o chefe e os membros da comissão envolvidos na organização do referendo no Curdistão", disse um porta-voz do tribunal em um comunicado.
Um porta-voz do Conselho Supremo do Judiciário do Iraque disse que os mandados de Hendreen Mohammed e seus assessores foram emitidos por um tribunal de Bagdá por "violar uma decisão judicial válida (iraquiana) que considerou inválido o voto de independência".
Um funcionário do ministério da justiça no governo regional do Curdistão rejeitou a decisão do tribunal de Bagdá como "motivada politicamente" e disse que o próprio Judiciário do Curdistão era independente de Bagdá e não reconheceu suas decisões legais.
Não se sabia como Bagdá poderia realizar os mandados de prisão, já que as forças do governo central não têm poderes no território dos curdos.
O referendo na região norte autônoma controlada pelos curdos no Iraque aumentou os temores de um conflito mais amplo, já que também era reprovado pela vizinha Turquia e pelo Irã, ambos com minorias curdas consideráveis, bem como um enfraquecimento da campanha apoiada pelos Estados Unidos contra militantes do Daesh.
Como retaliação, o governo central iraquiano tomou medidas punitivas sobre o voto de independência, impondo sanções aos bancos curdos e proibindo voos internacionais para a região curda.
Bagdá também está buscando impor controle sobre as operadoras de telefonia móvel baseadas no Curdistão e transferir sua sede para a capital para aumentar a pressão sobre as autoridades curdas.