"Dado um reforço tão sério, com a simpatia por parte dos EUA, de pessoal e entrega de medicamentos e alimentos, não é preciso ser especialista para prognosticar outra tentativa de minar o acordo de paz, desta vez na zona sul de desescalada", frisou.
De acordo com Konashenkov, "toda a responsabilidade por tal sabotagem do processo de paz recai exclusivamente sobre a parte norte-americana".
Ademais, o porta-voz do ministério propôs que Washington explique sua "cegueira seletiva" em relação aos militantes que atuam perto deles [das forças estadunidenses] na Síria.
Enquanto isso, a Sputnik entrevistou o diretor do Departamento da América do Norte da chancelaria russa, Georgy Borisenko, que qualificou as ações estadunidenses perto da base de Al-Tanf como tentativas de "dividir" o país.
O diplomata assinalou que, embora a parte norte-americana descarte sua cooperação com o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), a Rússia "sabe pela experiência que os EUA têm várias vezes cooperado com diferentes organizações extremistas na Síria".
"Sem dúvida, surgem inúmeras perguntas quanto àquilo que os estadunidenses estão fazendo na Síria. Ao contrário das forças russas, eles estão lá violando o direito internacional. Ao mesmo tempo, eles instalam uma espécie de zonas especiais, por exemplo, em Al-Tanf, aonde não querem deixar entrar as tropas do governo legítimo. De fato, isso parece uma tentativa de dividir o país, de dividir a Síria para depois criar em uma das suas áreas órgãos de poder controlados pelos EUA e seus aliados", resumiu.
Borisenko relembrou que o Ministério da Defesa russo dispõe de dados "objetivos" que provam que os EUA e as forças de oposição alinhadas com eles "praticamente não lutam contra o Daesh".
De acordo com o entrevistado, Moscou está preocupada com "o apoio prestado pelos EUA às forças que se opõem ao governo legítimo da Síria".
"Desde 2014, temos visto como os militares norte-americanos efetuam ataques fictícios contra os terroristas, só para marcar posição. Isto faz pensar que os EUA estão mais preocupados com a derrubada do governo legítimo em Damasco e não com a luta contra o Daesh", ressaltou.