O economista sênior do banco, Hugo Erken, disse à Sputnik Internacional que as previsões depois do "duro Brexit" são "bastante sombrias".
Analistas do serviços bancário e financeiro da empresa holandesa Rabobank utilizaram métodos econométricos de modelação para analisar três cenários diferentes das relações comerciais do Reino Unido com a União Europeia depois do Brexit. O primeiro se chama "Brexit suave", segundo o qual o país permanece em partes no mercado comum, mas sai da união alfandegária.
"O segundo cenário seria um acordo de livre comércio, que pode ser comparado, por exemplo, com o caso da Suíça e UE, e o cenário do ‘Brexit duro’ que representa a ausência de acordo comercial", explicou Hugo Erkenm, economista sênior da Rabobank.
Contudo, o último cenário "se torna cada vez mais real" na medida em que as negociações entre o Reino Unido e a UE estão sendo realizadas em Bruxelas, disse ele à Sputnik Internacional.
Na segunda-feira (9), a primeira-ministra britânica, Theresa May, declarou que o país tem de se preparar para a possível saída da UE sem acordo comercial. Ela expôs alguns passos para "minimizar a ruptura" nas fronteiras britânicas tal como enormes áreas de estacionamento para caminhões a fim de prevenir engarrafamentos.
Os analistas também fizeram previsões “bastante sombrias” quanto ao crescimento econômico a longo prazo depois do Brexit, analisando tais fatores como capital humano, impacto dos ciclos de negócio, participação trabalhista, nível de impostos corporativos e capital doméstico R&D (Pesquisa e Desenvolvimento).
Rabobank acredita que se o Reino Unido sair da união alfandegária, com o direito de estabelecer suas próprias tarifas de impostos, mas permanecendo no mercado único com circulação livre dos bens, capitais, serviços e força trabalhista da Europa, então perderá 10% do PIB. O segundo cenário, baseado no livre comércio entre Reino Unido e UE, custará ao país 12,5% do PIB.
No caso do "duro Brexit", o potencial crescimento é de 1,3% no ano de 2030 comparado com 2,1% se o país permanecesse na União. A diferença é cerca de 15.300 dólares (por volta de 45.000 reais) por cada trabalhador britânico.
Observando os impactos da saída do Reino Unido para seu país, a Robobank ressalta que os trabalhadores holandeses vão perder de 3.845 dólares (11.500 reais) a 4.732 dólares (cerca de 14.000 reais) por pessoa se o acordo comercial não for assinado.
"Vimos que, especialmente no caso do Brexit duro, o crescimento econômico a longo prazo no Reino Unido cairá bastante de 2% a 1,3%. Trata-se de um choque substancial para o crescimento a longo prazo para o Reino Unido também", disse Erken.