Mais de 40 navios chefiados pelo porta-aviões nuclear USS Ronald Reagan participam de treinamentos conjuntos de Washington e Seul no mar Amarelo e no mar do Japão (também conhecido como mar do Leste). Segundo afirma o canal de notícias sul-coreano YTN, as manobras visam treinar o ataque contra objetivos-chave da Coreia do Norte "em caso de emergência", bem como a contenção de um possível ataque por parte de Pyongyang. As manobras durarão até sexta-feira (20).
Para além disso, de 18 a 22 de outubro o aeródromo militar de Seul acolherá o show aéreo ADEX. No âmbito deste evento, que contará com a participação de 32 países, serão apresentadas armas estratégicas americanas, entre elas o caça invisível F-22, o caça multifunção F-35A e o bombardeiro B-1B.
Vale lembrar que atualmente na Coreia do Sul estão estacionados 28.000 soldados dos EUA sob pretexto da ameaça norte-coreana. Pyongyang, em resposta, aumenta seu potencial nuclear apesar das duras sanções da ONU.
Especialista em assuntos do Círculo do Pacífico, Vladimir Terekhov comenta a situação no ar do serviço russo da Rádio Sputnik. Estas manobras são mais um elemento da pressão contra a China, opina o analista.
"Essas manobras têm tanto caráter militar, como político. O maior objetivo dessas manobras não é a Coreia do Norte, que em toda essa bagunça na região é apenas um palco e pretexto para o jogo global entre atores principais — EUA e China", afirmou Terekhov.
Os americanos querem envolver a China na resolução do problema norte-coreano, para resolver a solução pelas mãos de Pequim, continuou o especialista. Para ele, EUA não precisam de resolver a situação em torno de Pyongyang, o que interessa a Washington é ocupar posições de vanguarda contra a China.
"Em meados de novembro está prevista a visita do presidente Trump à China. Acredito que nada de sério acontecerá na região até esse momento", opinou Vladimir Terekhov.
Com tudo isso, ele não descartou a possibilidade de haver mais um lançamento de míssil norte-coreano como resposta às manobras de Seul e Washington, o que significa que aquilo que ele chamou de "dança guerreira" em torno da Coreia do Norte irá continuar.