Estes dados foram apresentados pelo Laboratório do Movimento Reativo da NASA.
Os anéis de Saturno foram descobertos por Galileu em 1610, que se referia a eles como três satélites grandes. Em meados do século XVII, Christiaan Huygens revelou que "os satélites" de Galileu são de fato anéis constituídos de pequenas parcelas de pó e gelo. Depois de vários séculos de sua descoberta, cientistas ainda debatem a natureza deles. Alguns planetólogos acreditam que tenham surgido de fragmentos de um protoplaneta antigo, enquanto outros os consideram frutos de cataclismos.
Segundo Radwan Tajeddine, participante da equipe científica da Cassini e planetólogo da Universidade Cornell dos EUA, outro problema é que a matéria dos anéis deve gradualmente cair em Saturno ou "fugir" para o espaço aberto. A análise das fotos recentes da Cassini mostra que os anéis devem desaparecer dentro de dezenas ou centenas de anos após seu nascimento. Contudo, eles continuam a existir hoje, sendo um enigma para cientistas.
A razão disso, segundo planetólogos da NASA, são sete satélites de Saturno, que vivem perto dos anéis ou dentro deles — Pan, Atlas, Prometheus, Pandora, Janus, Epimetheus e Mimas.
As fotos e os dados científicos da Cassini, recebidos durante os voos através dos anéis de Saturno, mostram que estas luas estabilizam dois anéis externos do planeta, A e B, aos quais cabe uma grande parte de gás e poeira. Os satélites de Saturno, como revelaram os cientistas, "travam" o movimento das parcelas de pó nestes anéis e não as deixam penetrar em suas órbitas, protegendo os anéis de um colapso e permitindo a preservação da estrutura atual deles.
Além do mais, se a inclinação em questão não existir, significaria que planetólogos e geólogos hoje em dia não entendem por completo os mecanismos ligados ao aparecimento dos campos magnéticos nos planetas, obrigando-os a revisar tudo o que sabemos sobre a composição das profundezas de Saturno, Júpiter e de outros planetas gigantes.