"A condição atual do país, ausência de diálogo, incompreensão do cenário real — tudo isso torna necessário a volta de Saif al-Islam para chegar a um acordo político", explica o advogado.
"Às vezes surgem notícias que Saif al-Islam saiu da Líbia, mas não é verdade. Ele está em contanto com os líderes líbios e representantes de tribos para encontrar a solução política e estabelecer paz entre as partes em conflito…", declarou o advogado à Sputnik Árabe.
Ao mesmo tempo, o advogado da família acrescentou que "seu trabalho não é parecido com as negociações realizadas na Tunísia. Os participantes das negociações não têm interesse na estabilidade [da região] e, sim, em fechar acordos uns com os outros, protegendo interesses privados que não têm nada a ver com as necessidades dos líbios comuns", destacou.
"Tais negociações correspondem aos planos de países estrangeiros que beneficiam a longa crise líbia", enfatizou.
Neste mesmo contexto, o advogado ressaltou que Saif al-Islam Kadhafi é apoiado pelo povo comum do país. Por esta razão, vai basear sua política em "tentativas dos líbios comuns de participar na luta contra o terrorismo e estabilizar a situação na região", acrescentando que "hoje ele é a única esperança para os residentes do país".
A Líbia vive em uma crise profunda desde 2011, ano no qual foi derrubado e assassinado o legendário líder do país, Muammar Kadhafi. Desde então, se criou um vácuo institucional que contribuiu para o crescimento da violência, proliferação de grupos jihadistas e dualidade de poder.
Atualmente, em Trípoli funciona o Governo de Unidade Nacional, reconhecido como legítimo pelo Conselho de Segurança da ONU e presidido por Fayez Sarraj. As autoridades da parte oriental do país, por sua vez, atuam de forma independente e cooperam com o Exército Nacional da Líbia, sob a chefia de Khalifa Haftar, que está travando uma guerra contra os jihadistas.