"A possibilidade da Coreia do Norte desistir de suas armas nucleares é extremamente baixa", disse o ministro da Unificação, Cho Myoung-gyon, em um fórum organizado pela embaixada chinesa em Seul.
"Eu usei a expressão 'extremamente baixa' para expressá-la em uma forma mais suave. Não seria incorreto dizer que, na verdade, não há quase nenhuma chance de a Coreia do Norte desistir de suas armas nucleares porque considera como sua linha de vida", acrescentou, indicando que o programa nuclear de Pyongyang não é uma mera peça de barganha para o líder Kim Jong-un.
"Os especialistas esperam [que seu programa de armas nucleares seja concluído] em dois anos. Existe a possibilidade de que [o Norte] possa atingir seu objetivo no próximo ano", complementou.
A declaração de Cho vem em meio aos esforços crescentes da comunidade internacional para atrair Pyongyang de volta ao diálogo para a desnuclearização completa da Península da Coreia.
Em 3 de setembro, a Coreia do Norte realizou seu sexto e maior teste nuclear, que desencadeou uma série de sanções internacionais destinadas a prejudicar o poder econômico e diplomático norte-coreano.
O teste também provocou preocupações globais com o futuro, com Pyongyang cada vez mais perto de se tornar um Estado de armas nucleares de pleno direito, já que sua mídia estatal reivindicou sucesso na produção de mísseis balísticos intercontinentais equipados com ogivas termonucleares.
Seguindo o teste, o ministro da Defesa da Coreia do Sul, Song Young-moo, disse que os suspeitos militares do Norte podem ter garantido a tecnologia para produzir ogivas nucleares miniaturizadas que pesam menos de 500 quilos. O peso da ogiva determina o alcance do míssil, que é considerado uma chave para atingir o continente dos EUA.
O maior desafio que a Coreia do Norte enfrenta atualmente com o seu programa de armas nucleares é, acredita-se, assegurar uma tecnologia de reentrada estável, o que permitiria que um míssil sobreviva ao processo intensivo de calor para cruzar a atmosfera da Terra.
Soluções
Para provocar a desnuclearização da Coreia do Norte, Cho disse que é crucial para criar um ambiente que possa levar o governo norte-coreano à mesa de diálogo. "Uma abordagem econômica [para criar um ambiente de desnuclearização] é necessária", disse ele.
"Isso significa uma abordagem econômica, mantendo as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e trabalhando dentro de seu quadro", opinou.
O ministro também disse que o efeito das sanções por si só seria insuficiente para empurrar o Norte para a desnuclearização, dizendo que Kim não abandonaria o programa de armas do país sobre o risco de um colapso do regime.
As observações de Cho ecoam-se às do presidente russo Vladimir Putin que, em setembro, disse que as sanções contra o Norte são "inúteis e ineficazes", uma vez que a Coreia do Norte prefere "comer pasto" do que abandonar seu programa nuclear "se eles não se sentem seguros".
Cho também descartou a possibilidade de implantar armas nucleares táticas e opções militares. O primeiro poderia reconhecer oficialmente o Norte como um Estado de armas nucleares, enquanto o último poderia provocar "um resultado devastador".