Com 18 empresas integrantes, mais de 40.000 empregados e mais de 10 mercados conquistados em todas as zonas climáticas, o grupo Transmashholding (do russo Holding da Maquinaria de Transporte) mantém sua liderança como o maior fabricante de trens e vagões na Rússia e uma das dez maiores empresas de maquinaria do mundo.
Na época da criação da empresa, conta Lebedev, as fábricas que hoje em dia integram a Transmashholding praticamente não existiam. Os gigantes industriais soviéticos sobreviveram mal à transição para a economia de mercado, bem como seu maior comprador, a indústria ferroviária. Por isso, nem se falava da compra de novos veículos, os recursos permitiram apenas manter os que já existiam. A produção caiu em dezenas de vezes e a maioria dos empregados foi demitida por não haver trabalho.
"Nesta situação, a nascente Transmashholding se deparou com o desafio de restabelecer os laços industriais, desenvolver de novos equipamentos e lançar a fabricação dos aparelhos mais cruciais, como as locomotivas para trens de carga e de passageiros", diz Lebedev.
O processo de modernização exigiu muitos investimentos, cerca de 1,2 bilhões de dólares, detalha Lebedev. Entre os produtos mais destacados que saíram para o mercado o diretor de comunicações externas indica as locomotivas elétricas EP20 e 2ES5 e a locomotiva diesel-elétrica 2TEC25KM, que são apenas uma parte dos muitos modelos (72, no total) lançados pela empresa.
Como toda empresa-gigante, a Transmashholding tem como prioridade aumentar sua cooperação com fabricantes estrangeiros. Entre os parceiros mais importantes Lebedev destacou a Alstom francesa e a General Electric norte-americana. Segundo afirma Artiom Lebedev, ainda existem áreas em que os análogos estrangeiros são melhores: por exemplo, os mancais, que são muito importantes na indústria ferroviária. Para produzi-los na Rússia, é necessário renovar as plantas de mancais, frisou Lebedev.
Falando das sanções, que de alguma maneira tocaram todas áreas da produção e economia russa, Lebedev disse o seguinte:
"Qualquer crise tem dois lados. Por um lado, os nossos lucros diminuíram em comparação com os períodos anteriores à crise. Por outro lado, recebemos um impulso extra para nos desenvolvermos: melhoramos nossos custos, entramos em novos mercados, etc."
A empresa ferroviária em um país como a Rússia enfrenta certos desafios devido ao clima e às distâncias. Os caminhos de ferro russos têm suas particularidades, afirma Lebedev.
O modelo EP20, adaptado para uso com dois sistemas de eletrificação ferroviária, com corrente contínua e corrente alternada, são objeto de orgulho para os desenvolvedores da Transmashholding, confessa Lebedev. Estas locomotivas alcançam velocidades de até 200 km/h pelas estradas de ferro existentes.
"Também consideramos nossos vagões do metrô como os melhores, ao ter em conta as exigências infraestruturais. Por sua eficácia, segurança, viabilidade e informatização é difícil encontrar um concorrente", declarou ele.
No que diz respeito aos mercados estrangeiros, a Transmashholding já realizou projetos na Europa: na Sérvia e Hungria.
"As regiões mais distantes também são a nossa prioridade. Acima de tudo trata-se do Oriente Médio, em particular o Irã, onde há uma forte demanda para renovar o transporte ferroviário. América Latina consideramos uma região muito promissora para estabelecer acordos mutuamente vantajosos", afirma Lebedev.
Para Lebedev, como transporte terrestre de longas distâncias, o transporte ferroviário não terá concorrentes por muito tempo: sua eficiência econômica e sua capacidade de organizar fluxos de mercadorias é indiscutível. No caso da Rússia, é basicamente insubstituível.
No seu desenvolvimento impetuoso, a empresa não esquece o meio ambiente. Claro que é bem difícil, pois ainda não existem baterias com capacidade de carga alta o suficiente para alimentar um trem elétrico de longo curso. Mas é possível transitar para um combustível mais ecológico: a empresa já desenvolveu uma locomotiva alimentada com gás natural, que é muito mais limpo. Ter o gás como combustível é uma questão em foco para empresa.
Entre outros planos da gigante russa está o desenvolvimento de todo o tipo de transporte ferroviário, mas ainda é cedo para revelar suas características.
"Em breve entrarão em serviço em massa nossos trens Ivolga, projetados e construídos com tecnologias e componentes russos. Representam, sem dúvida, um novo nível para a indústria russa de locomotivas elétricas", informou Lebedev.
Além disso, ele sublinhou a atenção da empresa ao conforto dos passageiros.
"Em particular, desenvolvemos sistemas de supressão de ruído e vagões modulares, podem ser adaptados a qualquer exigência do cliente", resumiu o diretor de comunicações externas da Transmashholding.