A revelação faz da OSF de Soros a segunda maior organização "filantrópica" nos EUA, atrás da Fundação Bill e Melinda Gates.
Estados Unidos
As críticas contra Soros incluíram acusações de que o bilionário tentou "desestabilizar" o país durante as eleições de Donald Trump. No mês passado, mais de 150 mil americanos assinaram uma petição da Casa Branca para declarar Soros como terrorista doméstico e para retirar seus bens. A petição, que afirma que Soros está usando sua riqueza para tentar "facilitar o colapso do sistema e do governo constitucional" nos EUA, ganhou resposta oficial da Casa Branca ao coletar mais de 50.000 assinaturas.
As iniciativas de Soros através da OSF incluem apoio financeiro para a Media Matters for America, uma organização de supervisão de combate à mídia conservadora. Durante a corrida presidencial de 2016, Soros apoiou Hillary Clinton e o Partido Democrata, contribuindo oficialmente com mais de US$ 10,5 milhões (R$ 33,3 milhões) para a campanha. O bilionário também apoiou grupos republicanos neoconservadores como o Instituto McCain.
Europa Central e Oriental
O ódio sobre Soros por manipular a política local é ainda mais forte na Hungria, seu país natal. No início deste mês, a Comissão Europeia emitiu um ultimato sobre a organização não governamental e as leis de educação, que restringem os grupos da sociedade civil financiados por Soros que operam na Hungria. Bruxelas declarou que poderia vir a encaminhar o caso para o Tribunal de Justiça da UE.
Anteriormente, os legisladores húngaros aprovaram uma lei que estipula que as ONGs que recebem mais de 24 mil euros por ano devem divulgar seus patrocinadores estrangeiros, bem como devem se registrar como organizações patrocinadas por financiadores estrangeiros. A Universidade Centro-Europeia de Budapeste, outra iniciativa financiada por Soros, destinada a treinar elites políticas regionais, foi legalmente deixada de lado, depois de o governo ter adiado sua licença. A universidade, anteriormente chamada de "Soros University", acusou o próprio bilionário de incentivar a crise dos refugiados da Europa para desestabilizar o continente.
Os grupos afiliados de Soros também desempenharam um papel fundamental na turbulência na Ucrânia, que viu a derrubada do governo democraticamente eleito de Viktor Yanukovych em fevereiro de 2014. Em agosto de 2016, DC Leaks expôs “o envolvimento de Soros e suas organizações no golpe”, que visam influenciar atores relutantes ocidentais para se juntar à “democratização” e “ocidentalização” da antiga República soviética.
Participar de tudo
Soros e suas várias organizações foram responsáveis por uma série de conflitos políticos em todo o mundo, desde o seu suposto financiamento a catalães separatistas até influência no conflito ao redor do povo rohingya em Myanmar.
Visão de Soros: uma nova ordem mundial (construída sobre especulação monetária)
Entre as maiores controvérsias ao redor de Soros e de suas organizações está a fonte de sua fabulosa riqueza. O acordo de especulações cambiais de 1992 do investidor, que forçou o Banco da Inglaterra a desvalorizar a libra, resultou em um ganho lucrativo de bilhões de dólares. Desde então, ele realizou semelhantes truques várias vezes, inclusive durante a crise financeira asiática de 1997, quando apostou contra a moeda da Tailândia, resultando em seu colapso. Em outras palavras, o "império filantrópico" de Soros não é apenas questionável por si só, mas também enraizado em dinheiro sujo que trouxe sofrimento para milhões de pessoas ao redor do mundo.