Os analistas propuseram, particularmente, instalar tais sistemas na Polônia, com o fim de "neutralizar" os mísseis russos na região de Kaliningrado.
O diretor do Departamento da América do Norte da chancelaria russa, Georgy Borisenko, afirmou à Sputnik que a instalação dos mísseis de duplo uso nos sistemas de defesa antimíssil estadunidenses viola de forma clara o Tratado INF e representa uma ameaça direta à Rússia.
Mais cedo, a Rússia descartou as acusações de ter criado um sistema de ataque de baseamento terrestre contornando as cláusulas do Tratado INF.
"Alguns sistemas estadunidenses baseados no terreno deverão ter uso duplo. Isto significa que eles serão capazes de portar tanto ogivas convencionais, quanto nucleares de baixa potência. Os sistemas de duplo uso podem acrescentar mais níveis à 'escala da escalada' americana, reforçar a dissuasão nas regiões críticas e reduzir a dependência de armas nucleares não estratégicas transportadas por aviões — pois os aviões podem não conseguir superar os sistemas de defesa antiaérea nas regiões de ameaça elevada", dizem os especialistas autores do documento.
"Por exemplo, a instalação dos sistemas de duplo uso na Polônia pode ajudar a conter os mísseis Iskander russos situados na periferia [da Polônia] e capazes de portar armas nucleares. Isto também vai agravar os problemas com os quais a Rússia terá de lidar para ocupar os países do Báltico", adiantam os analistas.
Infelizmente, eles não fizeram questão de explicar o que os levou a assegurar que a Rússia teria tais planos.
O Pentágono, o Congresso e a administração estadunidense não são obrigados a seguir estas instruções. Entretanto, este centro e uma série de outros vinculados com o Pentágono pretendem poder influir na futura estratégia militar dos EUA.
Entretanto, a Rússia e os EUA têm trocado acusações quanto ao desenvolvimento de sistemas que alegadamente violam o Tratado INF.
Dentro do Congresso estadunidense, por exemplo, houve várias propostas de criar um projeto de lei que culpasse a Rússia de violar o acordo e preparasse o terreno para a saída norte-americana, de mesma forma como o país saiu do Tratado sobre Mísseis Antibalísticos. Entretanto, Washington nunca empreendeu esforços oficiais para fazê-lo.