O diálogo ainda é possível?
"O objetivo da liderança norte-coreana é impor um diálogo direto aos Estados Unidos e alcançar um compromisso que restrinja seu desenvolvimento nuclear, ofereça garantias de segurança de Washington e permita a flexibilização das sanções. No entanto, é improvável que a atual administração dos EUA inicie um diálogo direto com Pyongyang", disse a Sputnik China Kashin, pesquisador sênior do Instituto de Estudos do Extremo Oriente da Academia Russa de Ciências.
"Qualquer conversa, com exceção do desarmamento nuclear da Coreia do Norte significaria sérias perdas de reputação para os EUA", acrescentou Kashin.
O diretor da CIA, Mike Pompeo, alertou recentemente que a Coreia do Norte poderia obter a capacidade de realizar um ataque nuclear na parte continental dos EUA "dentro de meses". Mesmo levando em conta as atuais sanções contra Pyongyang e seu possível fortalecimento, é improvável que a Coreia do Norte conterá suas ambições nucleares e de mísseis. Pyongyang disse que falaria com os EUA somente após o desenvolvimento de um míssil balístico intercontinental norte-coreano (ICBM) estar completo.
Opção irrealista
Ele, no entanto, explicou que esse cenário seria míope. Primeiro, não há garantias de que tal ataque possa causar sérios danos ao programa nuclear e de mísseis da Coreia do Norte e, como resultado, atrasar seu desenvolvimento por vários anos. Em segundo lugar, de acordo com o analista, ninguém pode garantir que o líder norte-coreano não ordenará uma greve de retaliação na Coreia do Sul e no Japão.
"Os formuladores de políticas em Washington acreditam que Kim Jong-un é um líder racional, mas sua visão do mundo ainda é diferente. Do ponto de vista, não responder a um ataque americano prejudicaria a estabilidade da liderança norte-coreana", o analista disse.
Sugerindo que o cenário iraquiano não funcionaria para a Coreia do Norte, o especialista explicou que "existem alguns fatores, incluindo um terreno desafiador, um grande número de fortificações subterrâneas, o tamanho de suas forças armadas e seu sistema de defesa aérea, o que faz com que uma invasão hipotética da Coreia do Norte muito difícil ", disse ele.
E quanto à China?
Falando com a Sputnik China, Guan Zhaoyu, analista do Instituto de Estudos Financeiros, na Universidade Renmin da China, enfatizou que os exercícios liderados pelos EUA perto da Península Coreana são um dos principais fatores desestabilizadores da situação atual.
"Os exercícios de Washington foram interpretadas por Pyongyang como uma ameaça à sua existência e resultaram em uma escalada na região. Levando em consideração a situação atual, todas as partes envolvidas devem aderir ao roteiro do 'duplo congelamento' e o Ocidente deve parar de ameaçar uma solução militar para a crise norte-coreana", disse Guan.
"Uma guerra importante às portas da China poderia ameaçar ou minar o poder da China e interromper o processo de rejuvenescimento nacional liderado pelo presidente Xi Jinping. Não há motivos para que a China apoie qualquer lado para iniciar qualquer conflito militar", disse Zhao à Sputnik China.