No final de maio, o submarino russo Krasnodar deixou a costa da Líbia e mergulhou na água "quieto como um rato". Logo apareceu na costa da Síria e lançou uma chuva de mísseis de cruzeiro contra os terroristas do Daesh, grupo terrorista proibido na Rússia.
O ataque com mísseis na Síria promoveu um dos primeiros esforços dos EUA de espiar um submarino russo desde a Guerra Fria, observa o autor do artigo do jornal norte-americano The Wall Street Journal.
O porta-aviões seguiu o submarino para obter informações sobre suas táticas e características técnicas.
Durante várias semanas, o submarino russo conseguiu várias vezes escapar da "pesca submarina", que se tornou um verdadeiro desafio para os aliados ocidentais na nova era de guerra naval, diz o artigo.
"O ressurgimento inesperado do desenvolvimento dos submarinos russos, após a desintegração da União Soviética, tornou a despertar a rivalidade submarina da Guerra Fria", diz Barnes.
De acordo com o comandante do esquadrão 70 de helicópteros navais de ataque dos EUA, Edward Fossati, os submarinos russos se tornaram mais silenciosos, mas o jogo do gato e do rato continua em condições de igualdade, devido ao desenvolvimento de tecnologias de deteção.
Graças às suas características, o Krasnodar é muito difícil de detectar, tendo sido por isso batizado de Buraco No pelos EUA e seus aliados.
Embora os submarinos como o Krasnodar estejam armados apenas com torpedos e mísseis de cruzeiro convencionais, representam uma ameaça significativa para porta-aviões americanos: a ferramenta mais importante dos Estados Unidos para demonstrar o poder militar de Washington em todo o mundo, ressalta o colunista.
O apoio do presidente sírio, Bashar Assad, por parte da Rússia deu ao presidente russo Vladimir Putin a oportunidade de testar mísseis de cruzeiro a bordo dos novos submarinos nos últimos dois anos e elevou as apostas para os EUA e seus aliados, assegura o autor.
O general Curtis Scaparrotti, alto comandante dos EUA e da OTAN na Europa, afirmou, por sua parte, que os EUA "continuam dominando o mundo submarino", mas "também devem se focar na modernização dos equipamentos e melhorar as capacidades".
Além disso, os Estados Unidos têm que levar em conta que a Rússia também vende seus submarinos para a China, Índia e outros países, acrescenta o autor.
Em 30 de julho, o Krasnodar voltou a sair para a superfície, no Mediterrâneo, e entrou no porto de Tartus. "A missão do submarino acabou por ser um sucesso: Moscou provou que é capaz de realizar ataques sem obstáculos na Síria com sua crescente frota de submarinos", resume Julian E. Barnes.