Esta quarta-feira (25), a Rússia enviou às Filipinas uma remessa de armamentos, inclusive armas ligeiras, munições, bem como caminhões militares.
Ontem (24), os governos dos dois países concluíram um acordo de cooperação técnico-militar, assinado pelos ministros da Defesa da Rússia e das Filipinas, Sergei Shoigu e Delfin Lorenzana, respetivamente.
Durante sua visita às Filipinas, o ministro da Defesa russo efectuou sete negociações bilaterais e multilaterais com seus colegas dos países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, sigla em inglês).
Vladimir Kozin, especialista militar russo e professor da Academia de Ciências Militares, sublinhou em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik que, antes, as Filipinas costumavam comprar armas aos EUA e que Washington não deixará sem atenção o acordo firmado entre Manila e Moscou.
"Claro que a parte norte-americana ficará bastante preocupada por causa disso, pois os Estados Unidos são o maior vendedor de armas convencionais do mundo. A Rússia, por sua vez, ocupa o segundo lugar, o que provoca aos EUA constantes dores de cabeça ", explicou o especialista, afirmando que Washington não poderá limitar a venda de armas russas para outros países.
"Existem certas regras, que a Rússia está cumprindo. Quem suscita questões são os países ocidentais. Como se explica o fato de muitos países-membros da OTAN terem enviado, através de Estados que não se simpatizam com a Síria, enormes remessas de armas pesadas e de assalto a grupos terroristas? Não é de surpreender que os terroristas tenham travado batalhas de grande escala com o exército sírio por mais de cinco anos", opinou o analista.
Por isso, acredita, antes de se queixarem por causa do fornecimento de armas russas às Filipinas ou a outros países, é bom que os EUA vejam primeiro seu comportamento.
Um grupo naval da Frota do Pacífico da Rússia chegou a Manila há alguns dias e está previsto permanecer na capital filipina até 26 de outubro.