Como China responderá ao reforço militar da Índia na área fronteiriça?

© AFP 2023 / DIPTENDU DUTTA Guardas de fronteira da China e da Índia
Guardas de fronteira da China e da Índia - Sputnik Brasil
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A Índia pretende construir mais 50 postos de comando na fronteira com a China, modernizar mais 35 postos e ensinar chinês aos guardas fronteiriços, comunicou a mídia indiana citando o ministro do Interior da Índia, Rajnath Singh.

"A situação se desenvolve previsivelmente, mas no âmbito deste desenvolvimento previsível cresce a instabilidade e a possibilidade de combates na área dos Himalaias entre as subdivisões da Índia e China", comentou o analista Pyotr Topychkanov à Sputnik China, comentando as possíveis consequências do reforço militar da Índia na fronteira com a China.

Rajnath Singh comunicou, que as propostas recebidas pelo Ministério do Interior para construir mais 50 postos de controle, serão consideradas, expressou o Times of India.

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Segundo o publicado, 4 batalhões (mais de 4 mil soldados) adicionais vão ser deslocados ao longo da fronteira com a China de 3,4 mil km. Essa medida permitirá reduzir a extensão de áreas controladas por cada posto e contribuirá para melhor a coordenação.

"Tudo isso é destinado ao reforço militar da Índia na área fronteiriça e o aumento de postos na região é uma das medidas nesta direção. O aumento de postos na fronteira não está ligado diretamente com o conflito fronteiriço recente, mas isso não exclui que após o confronto, a Índia ache necessário continuar reforçando as posições na região", afirmou o analista chinês Yang Bian à Sputnik China.

Ele acrescentou que com o reforço da China, o controle das fronteiras é também reforçado. A China e a Índia têm uma longa história de confrontos na área fronteiriça, por isso a Índia também reforça sua presença militar na região.

Atualmente a Índia possui 176 postos de controle na fronteira com a China, além disso, o país possui planos para reforçar os flancos rumo à China, que incluem o deslocamento de formações especiais prontas a agir nas áreas montanhosas e dos sistemas de armas mais avançados, incluindo os sistemas de mísseis AKASH. 

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A Índia anunciou sobre a modernização e o reforço militar nas áreas fronteiriças no dia da chegada do Secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, em Nova Deli, que de acordo com o analista Pyotr Topychkanov, não é uma coincidência acidental.

"Os objetivos por parte da Índia de anunciar as novas medidas na zona fronteiriça durante a visita do Secretário de Estado Tillerson, ficam bem claros[…]mostrar à China, que a Índia está agindo conforme os interesses nacionais, mas ao mesmo tempo a Índia e os EUA possuem compreensão mútua da questão", afirmou o analista russo à Sputnik China.

Esta lógica é clara, mas a China pode entender isso de forma diferente, de que o país está agindo em coordenação com Washington e de acordo com a sua política, ou seja, formar um sistema de bases e contenção da China por todos os meios, o que pode provocar uma reação forte desta.

A Índia não tem como objetivo se tornar o membro de quaisquer blocos e uniões militares e sempre nega tais propostas, por isso a Índia não fará parte da união com os EUA contra a China. Mas a Índia não possui recursos militares suficientes para realizar iniciativas independentes na área dos Himalaias, por isso as autoridades do país consideraram racional a adesão aos esforços dos EUA na contenção da China.   

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