Os dados são do estudo recém publicado "Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG)" da rede de ONGs Observatório do Clima. A pesquisa descobriu que em 2016 as emissões brasileiras cresceram 8,9% ante 2015; foram 2,278 bilhões de toneladas brutas de gás carbônico equivalente emitidas na atmosfera — o índice mais alto desde 2008.
O aumento do desmatamento na Amazônia foi o principal fator responsável pelo aumento da poluição, indica o estudo.
"Cada hectare desmatado na Amazônia representa uma emissão de cerca de 700 toneladas de gás carbônico, o mesmo valor das emissões de cerca de 500 a 700 carros em um ano inteiro", afirma o engenheiro florestal Tasso Azevedo, coordenador do SEEG, em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil.
Azevedo também afirmou que as alterações climáticas geradas pela poluição criam diversos impactos, como a seca — responsável pelo aumento no número de incêndios que estão sendo registrados no Brasil e a diminuição das chuvas. Esta ausência de chuva também tem outro efeito: a diminuição da água nos reservatórios das hidrelétricas, o que implica no aumento da conta de luz.
O coordenador da SEEG destacou outro efeito nefasto do desmatamento da Amazônia:
"Temos cidades na Amazônia nessa época do ano, com esses incêndios, que tem condições de poluição piores do que o encontrado em Pequim."