Espírito positivo ou 'plano esperto'? Trump reconhece influência de Moscou sobre Pyongyang

© Sputnik / Ilia Pitalev / Acessar o banco de imagensCidade de Pyongyang
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Há uma sensação de déjà vu. Já por várias vezes ouvimos do presidente norte-americano que seria ótimo estabelecer relações saudáveis com a Rússia. E eis que acontece o mesmo. Até parece que a degradação das relações entre dois países pode ser parada. Contudo, isso não é muito confiável.

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Donald Trump quer novamente fazer as pazes com Moscou. Há muito que não ouvimos esta expressão, que virou um sinal distintivo do candidato a presidente, e depois do líder eleito norte-americano, em seu raciocínio sobre a Rússia e os EUA. Vale recordar que Trump a usou por várias vezes, frisando que seria bom fazer as pazes com a Rússia e pessoalmente com Putin. Claro que ninguém lhe permitiu fazê-lo, já que todos os meios possíveis foram utilizados para o impedir. No fim das contas, Trump foi forçado a recuar.

E aí aparece uma nova declaração, que ninguém esperava, ao que parece. Relações boas entre EUA e Rússia poderiam resolver o problema nuclear da Coreia do Norte, afirmou o líder norte-americano. De acordo com ele, "seria mais fácil regular a situação com a Coreia do Norte" caso os laços entre Moscou e Washington fossem mais fortes.

Só que a esperança que Trump dá é muito fraca. Já que ele mesmo parece primeiro dar esta esperança e depois retirá-la. De acordo com o líder norte-americano, atualmente no assunto norte-coreano é a China que ajuda os EUA, a Rússia está seguindo outro rumo e aparentemente prejudica o bem coletivo.

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É verdade que Washington estabeleceu o diálogo com Pequim. Mas, ainda há pouco Trump acusava a China de completa falta de ações quanto à Coreia do Norte e até a ameaçava de sanções comerciais. Como é que a Rússia deve agir então para agradar os EUA? É difícil entender. A posição de Moscou é bem clara: os testes nucleares da Coreia do Norte é um fator desestabilizador para a segurança internacional, contudo, a pressão não levará a resultado nenhum, fazendo com que a única saída seja a realização de negociações e cedências mútuas. Além disso, há um plano russo-chinês rejeitado pelos EUA: a Coreia do Norte deveria terminar seus testes e lançamentos, e os EUA e a Coreia do Sul deveriam acabar com as manobras conjuntas que irritam Pyongyang. Além do mais, há pouco tempo Vladimir Putin assinou a lei que prevê a introdução de sanções contra a Coreia do Norte devido a seus testes.

Que dizer, mais uma vez Moscou demonstrou que não apoia o regime norte-coreano, bem como tudo o que ele faz. Mas outros tentam culpá-la do contrário.

Assim, Moscou é um participante ativo da resolução do problema norte-coreano. E as declarações de que ela prejudica de alguma forma são infundadas. A outra questão é que a própria Washington revela sua impotência: esta não é capaz de operar de modo eficaz no caso da Coreia do Norte. A pressão sobre Pyongyang é inútil, a operação militar é perigosa devido a uma potencial resposta. Nesse caso, os EUA têm uma opção já testada: envolver no processo outros países que também têm interesse que a situação nas fronteiras deles esteja tranquila. E, caso Donald Trump esteja agindo precisamente desse jeito, podemos constatar que ele, afinal, virou um verdadeiro político norte-americano, provando sua flexibilidade, capacidade de aprender e talento.

Ilya Kharlamov para a Sputnik

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