O litígio surgiu na sequência da ideia de criar uma empresa que opere o sistema de transporte de gás no país. Esta nova estrutura seria responsável pela administração dos gasodutos no território ucraniano. Além disso, as divergências aumentaram devido aos debates sobre a possibilidade de contratar a mão de obra estrangeira para este setor.
Moscou planeja optar por outros projetos como o Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2) e o Turkish Stream (Corrente Turca), disse ao Izvestia Aleksandr Raksha, representante da consultoria NEO Center. Em sua opinião, a Gazprom pode limitar o volume de trânsito de gás pela Ucrânia até 15 bilhões de metros cúbicos.
"Esta medida quase eliminaria a relevância do operador de transporte de gás ucraniano, porque para manter sua rentabilidade, é necessário bombear pelo menos 60 bilhões de metros cúbicos", comentou o especialista.
Para fortalecer sua posição, Naftogaz atraiu o influente império financeiro dos Rothschild, que fez inúmeros investimentos na Ucrânia. Em 19 de outubro, a empresa estatal informou que a Rothschild S.p.A., filial italiana do conglomerado familiar, ajudará a Naftogaz a encontrar investidores e parceiros que queiram participar da gestão do Operador GTS. Os Rothschild receberão por seus serviços quase quatro milhões de dólares ($R 13 milhões).
Entretanto, o governo não está disposto a fazer concessões na privatização de gasodutos e, portanto, tem que enfrentar a pressão da União Europeia, dos Rothschild e da Naftogaz.
A médio prazo, até o fim do contrato entre a Naftogaz e a Gazprom, o conflito entre o governo e a Naftogaz é pouco relevante porque o seu resultado não depende dos políticos europeus ou dos representantes da empresa Rothschild, mas do volume de trânsito de gás russo através da Ucrânia, disse o especialista Marat Yulin ao Izvestia.