O Brasil pretende discutir esta pauta na COP 23 — Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. O evento será realizado em Bonn, na Alemanha, entre 6 e 17 de novembro e tem como objetivo avaliar as medidas tomadas para deter o aquecimento global.
O dinheiro para a implementação da política pública mencionada por Sarney Filho pode existir: criado pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, o Fundo Verde do Clima tem como objetivo combater os efeitos da mudança climática. O objetivo traçado é de que o fundo tenha um orçamento anual de US$ 100 bilhões até 2020.
Em 2017, o Fundo Verde do Clima aprovou 18 projetos e uma destinação de US$ 1,14 bilhão. Nenhum dos projetos será realizado no Brasil.
O secretário-executivo da ONG Observatório do Clima, Carlos Rittl, avalia que será difícil convencer a comunidade internacional a repassar ao Brasil recursos com o atual "saldo negativo" da política ambiental do presidente Michel Temer (PMDB).
"O ministro Sarney Filho é um bastião de resistência contra um ataque coordenado de uma associação muito predatória entre Temer e a bancada ruralista. O presidente tem atendido todas as demandas da bancada ruralista, levando adiante propostas para regularizar grilagem de terras públicas."
"Em nenhum momento da nossa história houve uma redução de 70% no desmatamento no período de 3 anos", afirmou Carlos Rittl.
As emissões de gases do efeito estufa do Brasil estão, na verdade, aumentando. O estudo "Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG)" mostrou que em 2016 as emissões brasileiras cresceram 8,9% ante 2015; foram 2,278 bilhões de toneladas brutas de gás carbônico equivalente emitidas na atmosfera — o índice mais alto desde 2008.
De acordo com a pesquisa, o Brasil é o sétimo maior poluidor do planeta.