Já Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira respondem pelos mesmos delitos porém não serão enviados para prisão e julgamento nos Estados Unidos pois o Brasil não extradita seus nacionais. Portanto, não podem sair do país.
E como fica o prestígio do futebol nacional perante o mundo, às vésperas da Copa da Rússia em 2018, com os três últimos presidentes da CBF respondendo por crimes de corrupção? Quem responde é o radialista e jornalista esportivo Eraldo Leite, presidente da ACERJ, Associação dos Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro:
“A imagem da cúpula do futebol brasileiro fica muito manchada perante o mundo. Mas o que acontece por aqui não é nada muito diferente do que acontece em outras partes do mundo. A própria Fifa teve o ex-presidente, Joseph Blatter, e o ex-secretário-executivo, Jerome Valcke, afastados por denúncias gravíssimas de envolvimento em atos escusos. É impressionante como as pessoas chegam às cúpulas das entidades com o intuito apenas de se locupletar e não para prestar, de fato, um serviço que seria de se esperar pela sua experiência de vida e pelo seu conhecimento. Enfim, vejo estes fatos como uma vergonha para o futebol brasileiro mas também não vejo como nada muito diferente do que vem acontecendo por aí. Um ex-presidente da CBF (Marín), em prisão domiciliar nos Estados Unidos e assistindo ao início do seu julgamento, e dois outros mandatários (outro ex, Teixeira, e o atual, Del Nero) impedidos de sair do Brasil para não correr risco de serem presos no exterior e, de lá, extraditados para os Estados Unidos.”
“Os clubes e as federações de futebol estão sempre à mercê das benesses da Confederação Brasileira de Futebol para que possam se manter. Então, é praticamente certo que o panorama atual não irá mudar e Marco Polo será então reeleito.”
Votarão para presidência da CBF os presidentes das 27 federações de futebol e os presidentes de 40 clubes, 20 da Série A e 20 da Série B conforme as mudanças efetuadas no colégio eleitoral por Marco Polo Del Nero em março deste ano.
Além do brasileiro José Maria Marín, começaram a ser julgados simultaneamente nesta segunda-feira nos Estados Unidos o paraguaio Juan Angel Napout, ex-presidente da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) e o peruano Manuel Burga, ex-presidente da federação de futebol do seu país. Apesar da gravidade das denúncias, Marín, Napout e Burga se declaram inocentes de todos os crimes que lhes são atribuídos.