Os porta-aviões norte-americanos, com 70 aviões a bordo cada um, estão enviando "um sinal inequívoco", afirmou Tim Huxley, especialista do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos com sede em Singapura, citado pela agência Reuters.
"Além da capacidade de projetar poder militar de grande alcance, [os EUA] podem projetar poder político e psicológico", disse ele.
"É uma espécie de lembrete, em primeiro lugar para a China, sobre o poder norte-americano, bem como uma mensagem para seus aliados, mostrando que os norte-americanos ainda são capazes de muitas coisas", declarou ele.
Segundo o especialista, "Trump encontra-se em uma situação psicologicamente muito difícil". Desde maio, prometeu resolver o problema nuclear da Coreia do Norte, não excluindo o bombardeio do país, mas nada foi feito para fazê-lo.
"Naturalmente, os aliados puseram em dúvida a força dos EUA, duvidaram da sua capacidade de cumprir as obrigações declaradas. Por isso, Trump demonstra que é forte e está pronto a fazê-lo", acrescentou Fenenko.
"A China não é uma nação beligerante. Sempre seguiu uma estratégia pacífica de aumento de influência. Por isso, a China não dará nenhuma resposta militar direta aos norte-americanos. Acho que vai responder com uma tentativa de fortalecer o diálogo com os países da ASEAN [Associação das Nações do Sudeste Asiático], tendo em consideração que qualquer atividade militar dos EUA causa uma reação extremamente cautelosa e irritada dos países da região", disse o especialista.
Yang Mian, especialista do Centro de Estudos de Relações Internacionais do Instituto de Comunicações chinês, chamou a atenção à presença da Índia na lista dos países que participaram dos exercícios militares conjuntos durante a visita do presidente dos EUA à Ásia.
"Trump já formulou claramente sua estratégia para a região do Indo-Pacífico. Ela aponta à necessidade de proteger o status dominante dos EUA na região para fortalecer a aliança entre os EUA e a Índia", declarou Yang Mian em entrevista à Sputnik.
Segundo o especialista, os EUA esperam que a Índia participe em seu plano de ordem internacional na região. "Seu objetivo é apontar contra a China. A influência da Índia está crescendo constantemente e está envolvida em um conflito territorial com a China".
Entretanto, de acordo com o analista chinês, a “escolta” do líder norte-americano é apenas uma tarefa de curto prazo para os porta-aviões.
"A longo prazo, através de exercícios conjuntos com o Japão e a Índia, os EUA planejam mostrar que continuam a ser uma força importante nesta região e que os laços entre os EUA e a Índia estão se fortalecendo. Em geral, tudo isso é dirigido contra a China", concluiu Yang Mian.