Especulada há algumas semanas, a troca foi confirmada pelo Ministério da Justiça.
"O Ministério da Justiça comunica que o senhor Presidente da República escolheu nomear o Delegado Fernando Segóvia como novo diretor-geral do Departamento de Polícia Federal", diz o comunicado divulgado pela assessoria de imprensa da pasta.
Ainda segundo a nota, o ministro Torquato Jardim expressou a Daiello o seu "agradecimento pessoal e institucional pela competente e admirável administração da Polícia Federal nos últimos seis anos e dez meses".
Advogado formado pela Universidade de Brasília (UnB), Segóvia integra a PF há 22 anos, tendo sido superintendente regional da corporação no Maranhão e adido policial na República da África do Sul.
Além disso, o Ministério da Justiça informou ainda que o novo diretor-geral da PF construiu a sua carreira "tendo exercido parcela importante de sua carreira em diferentes funções de inteligência nas fronteiras do Brasil".
"Politicagem"
De acordo com informações do jornal O Globo, a indicação agradou a políticos. O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o subchefe de assuntos jurídicos da pasta e um dos principais conselheiros de Temer, Gustavo Rocha, fizeram campanha a favor de Segóvia, disse a publicação.
O diretor-executivo da PF, Rogério Galloro, era o nome preferido de Daiello, mas acabou enfrentando resistência da classe política pró-Segóvia – que contou até mesmo com o apoio do ex-presidente José Sarney (PMDB), segundo informações do G1.
A Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) também considera a indicação um movimento político. A entidade soltou nota na última terça-feira, questionando o processo de escolha do novo diretor-geral.
"Em relação à polêmica envolvendo a eventual substituição do atual Diretor Geral da Polícia Federal e a existência de uma suposta Lista Tríplice que estaria sendo considerada pela Presidência da República, os Delegados da Polícia Federal, representados pela ADPF, tornam público que não reconhecem a legitimidade desta suposta Lista Tríplice uma vez que a Lista Tríplice oficial, votada e aprovada por mais de 1.300 Delegados, consta com os nomes de Erika Marena, Rodrigo Teixeira e Marcelo Freitas, todos Delegados de Polícia Federal de Classe Especial que receberam os votos de confiança de seus pares para dirigir a Instituição Polícia Federal. A Lista Tríplice oficial já foi encaminhada à Presidência da República em meados de 2016".
Daiello é o segundo diretor-geral que mais tempo permaneceu no cargo de diretor-geral da PF (seis anos e dez meses, entre 2011 e 2017), ficando atrás apenas de Moacyr Coelho (11 anos, entre 1974 e 1985).
Foi durante o período de Daiello que se desenrolou a Operação Lava Jato.