Será que robôs vão tirar empregos das pessoas?

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Um robô japonês - Sputnik Brasil
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Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Mercado de Emprego alemão não confirmou que o número cada vez maior de robôs em diferentes esferas da economia esteja levando ao crescimento do desemprego.

De acordo com a investigação, a robotização e digitalização provocarão ao mesmo tempo, mudanças no ensino profissional, ou seja, a economia vai precisar de mais especialistas em IT e educação.

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A Sputnik Alemanha falou com um dos autores da investigação, professor Enzo Weber.

É evidente que a digitalização leva a uma reviravolta na esfera do emprego. Um monte de empregos se perde devido a ela. Entretanto, os investigadores acreditam que este processo, na verdade, não leva ao desemprego em massa, pois novos empregos continuam se criando. O que é crucial mesmo é haver uma política consistente no que se trata de melhores quadros profissionais.

No que se diz em respeito do mercado de robôs, a Alemanha ocupa o quinto lugar no mundo após a Coreia do Sul, Singapura, EUA e Japão. Hoje na Alemanha existem 309 robôs para cada 10 mil trabalhadores. Na Coreia do Sul, por exemplo, este número é de 630.

Neste contexto, muitos trabalhadores têm receio de perder seu emprego. Seu medo reside em que seus "colegas" dotados de inteligência artificial possam algum dia assumir as mesmas responsabilidades, e, deste modo, substituam as pessoas.

Entretanto, não foi ontem que os robôs surgiram, e já faz muito que se ocupam de diferentes atividades. No entanto, na Alemanha continuam trabalhando tantas pessoas como nunca.

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Para descobrir como a digitalização influi no mercado de emprego, o Instituto de Mercado de Emprego e Qualificação Profissional alemão efetuou uma pesquisa e apresentou as mudanças em números.

Enzo Weber comentou os resultados da pesquisa que, ademais, formulou um prognóstico para os próximos 5 anos. Resulta que, embora os pesquisadores tenham detectado a digitalização crescente na maioria de empresas, o efeito receado por todos não foi observado.

"A digitalização de modo nenhum levou a mais demissões ou menor número de vagas de trabalho", afirmou.

Por um lado, alguns empregos na verdade diminuíram nas esferas de produção de mecanismos, máquinas, motores e sua gestão. Por outro, apareceram novos empregos, particularmente na área das tecnologias. A procura de novos trabalhadores cresce também na área de saúde e previdência social.

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"Até hoje, os níveis de emprego não caíram, e, em geral, não cairão por causa da digitalização", frisou Weber.

Tais processos não ocorrem por si só, eles necessitam de um planejamento escrupuloso, uma estratégia política para que as pessoas possam continuar se educando e mudando a esfera de sua atividade profissional, não indo para o desemprego.

"O objetivo principal é que as pessoas profissionalmente ocupadas possam acompanhar todas as transformações tecnológicas", assinalou.

É por isso que se torna tão importante a condução de uma política consciente e bem estruturada no que se trata do ensino ao longo da vida e melhor qualificação, para que as pessoas não encarem o fenômeno de desemprego maciço. Como exemplo histórico, o pesquisador cita os anos setenta em que o desemprego cresceu, pois as competências das pessoas pararam de corresponder às novas necessidades do mercado.

Weber, por exemplo, não acredita que em um futuro próximo o homem seja descartado por causa das máquinas. "O mundo está cheio de problemas não resolvidos e coisas para fazer. A questão é apenas que esse trabalho deve ser organizado de modo correto", explicou.

O investigador acredita que ainda há muitas áreas onde é indesejável a presença das máquinas, tais como os serviços médicos ou educação das crianças.

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