Falando à Rádio Sputnik, o co-apresentador do programa de rádio "Loud and Clear" John Kiriakou, observou que Trump "ficou dentro do roteiro" durante a maior parte de viagem ao exterior.
"Os presidentes se preparam com semanas de antecedência, eles viajam com enormes pacotes de informações de inteligência para prepará-los e geralmente permanecem no roteiro", disse Kiriakou. "[Trump] fez alguns desvios, ele escreveu uns dois tweets idiotas, mas ao fim e ao cabo, se você olha para o que ele disse em diferentes cúpulas e encontros, foi o que seus assessores lhe disseram para dizer".
Havia potencial para o acirramento de uma rivalidade global com a China, mas, apesar das críticas do presidente ao déficit comercial dos EUA com o gigante asiático, a relação entre Pequim e Washington não foi enfraquecida pela presença de Trump no solo chinês.
"A retórica de Trump é uma coisa. Você pode criticar os chineses e criticar o déficit comercial, o que é idiota porque isso realmente não importa, mas a verdade é que temos que trabalhar com os chineses", observou Kiriakou. "Até mesmo Donald Trump entende isso".
Amizade polêmica
Mais enervante é o que parece ser o relacionamento incipiente entre Trump e o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, acusado de permitir o assassinato extrajudicial de milhares de pessoas no decurso de uma guerra cruel contra as drogas. O republicano classificou como um "excelente relacionamento", mas para Kiriakou, a postura não é "saudável".
"O [relacionamento] não é saudável. Nós já sabemos que Donald Trump é atraído por homens fortes, ele é atraído por pessoas que exibem esse tipo de tendências autoritárias ou mesmo fascistas".
O sentimento pode ser mútuo: "Você é a luz no meu mundo, metade desse coração meu", Duterte cantou para Trump em uma serenata bizarra durante uma festa da Associação de Nações do Sudeste Asiático que fazia parte da turnê do presidente dos Estados Unidos.
No entanto, o relacionamentos pode colapsar rapidamente, através do relatório anual de direitos humanos exigido pelo Congresso publicado pelo Departamento de Estado dos EUA. Kiriakou que o Congresso pode moldar como o governo Trump irá lidar em relação a Duterte no futuro.
"Estou ansioso para ver em março [2018], quando o relatório de 2017 será divulgado, o que exatamente a Casa Branca Trump vai permitir ao Departamento de Estado dizer sobre as Filipinas e Duterte", disse Kiriakou.