"Se não reconhecemos certos princípios constitucionais, nossa tendência é sempre avançar para o autoritarismo, para uma certa centralização. Mesmo nós, o povo brasileiro, temos uma certa tendência para a centralização", disse o presidente, de acordo com os jornais Folha de São Paulo e O Globo.
Temer citou como exemplo os momentos em que houve uma ruptura de democracia e princípios republicanos no país, como em 1930 e 1964, relatou O Globo.
Em 1930, houve um golpe de estado liderado pelos Estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul que culminaram com a queda do então presidente Washington Luís, que era paulista.
Em 1964, um novo golpe marcou o início de uma ditadura militar que permaneceu no poder até a eleição de Tancredo Neves, em 1985. Mas o presidente eleito morreu antes de assumir o cargo, deixando a presidência nas mãos de seu vice-presidente, José Sarney.
O ato no qual Temer falou foi realizado na cidade de Itu, no interior de São Paulo.
A cidade de Itu foi o cenário da convenção em 1873, na qual a criação da República foi discutida.
"O fato de termos praticamente transferido o governo pra Itu (nesta quarta-feira) é uma simbologia muito forte e muito significativa […]. Idealmente, nunca tivéssemos essa centralização ou autoritarismo que, ao mesmo tempo, havia no passado", acrescentou o presidente.
Na celebração dos 128 anos da Proclamação da República, Temer ratificou o compromisso de seu governo de manter os princípios republicanos para promover a cidadania e a democracia, relata um comunicado publicado no site da Presidência.