Agitação e incerteza no Zimbábue: negociações para encontrar novo líder continuam

© REUTERS / Philimon BulawayoJovem lavando veículo com a imagem do presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, Harare. Zimbábue, novembro 15, 2017
Jovem lavando veículo com a imagem do presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, Harare. Zimbábue, novembro 15, 2017 - Sputnik Brasil
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O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, após longos anos de mandato, foi confinado à prisão domiciliar, enquanto militares do país continuam as negociações para encontrar um novo líder. Anteriormente, o exército ocupou escritórios do governo e a rádio estatal, dizendo que sua meta era retirar "criminosos" em torno do presidente.

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O movimento do exército que começou nesta terça-feira (14), com tanques que entraram aos arredores da capital do país, Harare, levou rumores sobre um golpe militar. O líder da Associação de Veteranos de Guerra do Zimbábue, informou através da TV que militares capturaram Mugabe, que tem governado o país por 37 anos.

Contudo, nesta quarta-feira (15), o exército em um comunicado transmitido pela televisão, informou que não se tratou da "tomada do poder pelos militares", e que o presidente está "são e salvo".

Na quarta-feira (15), o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, afirmou ter sido contatado por Mugabe, e confirmou sobre estar confinado dentro dos limites de sua casa, mas frisou que "estava bem".

© AP PhotoSoldados patrulham as ruas de Harare, no Zimbábue, 15 de novembro, 2017
Soldados patrulham as ruas de Harare, no Zimbábue, 15 de novembro, 2017 - Sputnik Brasil
Soldados patrulham as ruas de Harare, no Zimbábue, 15 de novembro, 2017

Mais tarde no mesmo dia, a União Africana declarou que a crise no Zimbábue "parece um golpe" e apelou ao respeito da constituição do país. De acordo com Alpha Conde, chefe da organização e presidente de Guiné, a União Africana considera as ações dos militares do Zimbábue como "claramente os militares estão tentando assumir o poder pela força". 

Segundo a edição The Independent, mesmo se os militares do país tomarem o poder, isto dificilmente pode levar o país à transição democrática. Jeffrey Smith, diretor executivo da organização pró-democrata e não lucrativa Vanguard Africa, contou à edição que "os militares são o impedimento principal da transição democrática no país” e que a transição verdadeira exigirá que eles entrem em um "diálogo genuíno com a sociedade civil e a oposição política".

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Enquanto isso, há rumores que o político Emmerson Mnangagwa, seria o sucessor mais provável do presidente de 93 anos.

No início de novembro, Mugabe demitiu Mnangagwa, primeiro vice-presidente do Zimbábue, que contava com o apoio do exército. Na segunda-feira (13), Constantine Chiwenga, comandante das Forças Armadas do Zimbábue, apelou ao presidente que parasse com depurações dentro do partido dominante do Zimbábue.

Na quinta-feira (16), também foi relatado que Morgan Tsvangirai, líder da oposição e ex-premiê do país, voltou ao Zimbábue em meio à crise de liderança.

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