De acordo com o autor do artigo, o desequilíbrio da paridade pode provocar graves consequências políticas e, por isso, a OTAN precisa de uma "resposta dupla" – como acontecia nos Tempos da Guerra Fria.
"Só as mentes mais sensatas sentem o vento frio proveniente do Leste que traz consigo alterações do clima. Elas vão provocar graves consequências políticas: o Ocidente precisa de uma nova resposta dupla da OTAN. No pior dos casos, os EUA terão que modernizar os seus mísseis nucleares e deslocá-los para Eifel (zona no oeste da Alemanha) como era nos tempos da Guerra Fria. Isso porque o comportamento de Moscou é igual ao de há 40 anos", escreveu o autor do artigo no Die Welt.
Naquela época, o Kremlin substituiu os mísseis P-14 envelhecidos por novos RSD-10, apresentando-os como uma modificação. Mas, segundo indica o autor, os novos mísseis eram capazes de carregar 3 ogivas nucleares que podiam atacar alvos diferentes. Os lança-mísseis eram móveis e o alcance foi aumentado de 3 mil para 5,5 mil km.
Para o chanceler alemão daquela época, Helmut Schmidt, era evidente que o Ocidente não tinha nada para contrapor a este novo tipo de armas. Ele exortou a OTAN a elaborar uma estratégia única e, então, surgiu a ideia da "resposta dupla", que levou à instalação dos mísseis Pershing na Europa para manter o equilíbrio de forças.
Ele indicou que os aviões e os mísseis que estão instalados na Europa são obsoletos e que a paridade de forças ainda não existe. Ora, nos tempos da Guerra Fria a paridade era uma garantia da paz.
O autor precisou que Moscou está treinando cenários de ataques nucleares contra alvos da OTAN. O presidente russo Vladimir Putin tem referido a importância destas manobras, acompanhando-as pessoalmente. Além disso, caças russos capazes de carregar ogivas nucleares começaram a voar com frequência perto do espaço aéreo da OTAN. Após a "ocupação" da Crimeia, Moscou começou de novo a ameaçar com o bastão nuclear, afirma o autor.
Os EUA e a OTAN mostram uma reação moderada. O Ocidente não tem uma estratégia única, afirma ele. Segundo o autor, ambas as partes devem negociar a liquidação de mísseis como o 9M729 e as suas modificações. "Ao mesmo tempo o Kremlin deve ser informado de que, se não ceder, o Ocidente continuará reforçando o seu arsenal nuclear", frisou o autor.