À publicação – que afirma que, "aos 72, ele não perdeu nada da verve política" –, Lula garantiu que "ainda posso ajudar os pobres" e detonou as alegações que o colocam como um líder populista, chamando a comparação de "ridícula e hipócrita".
"O que gera medo neles é que não vou deixar que se venda o patrimônio brasileiro. Não vamos vender a Amazônia, nem a Petrobras, a Eletrobras e os bancos públicos. Eles sabem que vamos privilegiar a produção, e não a especulação", disse o petista, que lidera as pesquisas para as eleições presidenciais de 2018.
Resgatando a origem da crise brasileira, Lula voltou para o ano de 2013, época das manifestações de rua que, de acordo com o ex-presidente, tinha a Copa do Mundo de 2014 e as políticas de inclusão social do governo federal da presidente Dilma Rousseff (PT).
Lula não escondeu, porém, que ele e a sua sucessora cometeram um "erro gravíssimo". "Dilma disse que não faria reformas, mas depois ela fez ajustes que atingiram os trabalhadores, dando a eles uma sensação de traição", avaliou. A situação foi agravada pela presença do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Operação Lava Jato, na Presidência da Câmara dos Deputados.
O petista citou Cunha como "um homem obscuro" e reafirmou que "a destituição de Dilma foi um golpe de Estado". "Contra Dilma, contra o PT e contra a ideia que eu me reapresente na eleição", emendou Lula. Na sequência disso, o ex-presidente afirmou que é alvo de uma perseguição da Justiça, que já lhe condenou em um dos processos a que responde.
"Fui condenado em um processo em que o mesmo juiz [Sérgio Moro] reconhece que o apartamento não era meu e que não houve desvio de recursos da Petrobras", queixou-se Lula. Sobrou ainda para o Ministério Público Federal (MPF) e para a Polícia Federal (PF).
"O juiz Sérgio Moro, refém da mídia, estava condenado a me condenar. Os procuradores, tomados pela megalomania, garantem que o Partido dos Trabalhadores queria o poder para roubar. Eles têm um comportamento de analfabetos políticos. A Polícia Federal mente, o procurador mente e o juiz Moro transforma essas mentiras em processos judiciais", comentou.
O petista pontuou ainda que "a hora da verdade chegará e o PT decidirá", e que por isso passa a postura de promover um referendo para que o povo tenha voz a respeito das reformas do governo Temer, que “não tem política, não constrói nada, só destrói”.
"Se eu ganhar as eleições, haverá um referendo para perguntar ao povo a sua opinião. E este tema será debatido no Congresso", concluiu.