"Nosso Exército deve possuir o armamento mais avançado, equipamento militar e especial, que preveja, entre outras coisas, possíveis mudanças na estratégia e tática da luta armada no futuro, e que sejam iguais ou mesmo superiores a modelos estrangeiros semelhantes", disse Putin durante a abertura de uma série de reuniões sobre o desenvolvimento da indústria russa de defesa.
"As principais conquistas do programa [aquisição de armas estatais] devem primordialmente garantir uma dissuasão estratégica garantida e, no caso de uma potencial ameaça externa — sua efetiva neutralização", ressaltou o presidente russo.
Putin continuou a sua explanação, afirmando que "se queremos estar à frente, se quisermos vencer, temos de ser os melhores".
A declaração do líder russo surge no momento em que as relações entre a Rússia e o Ocidente, especialmente com os Estados Unidos, estão no seu pior cenário desde o fim da Guerra Fria, em razão do conflito na Síria e do conflito ucraniano.
Nos últimos meses, a Rússia acelerou seus testes de mísseis balísticos, mostrou seu poder militar e implantou muitas armas e equipamentos no território sírio, onde atua desde setembro de 2015.
No início de setembro, a Rússia também realizou exercícios militares conjuntos com seu aliado bielorrusso na fronteira com a União Europeia – o Zapad 2017. Essas manobras envolveram 12.700 soldados de acordo com Moscou, mas, segundo a OTAN, participaram mais de 40 mil soldados.
O orçamento de defesa russo foi de 4,7% em 2016, mas em um pano de fundo da queda dos preços do petróleo, ele deve ser reduzido para 2,9% até 2019, com uma parcela significativa fundos "secretos" não atribuídos (17% das despesas em 2017), na verdade, destinados principalmente aos militares, segundo a Agência AFP.