Dos 22 nomes apresentados aos entrevistados pelo levantamento, Huck é o que possui a melhor avaliação, tendo subido 17 pontos percentuais entre setembro e novembro, segundo a publicação. Além disso, a desaprovação caiu de 40% para 32% no mesmo período acompanhado.
O Ipsos lembrou que não se trata de uma pesquisa sobre intenção de voto, mas sim uma apuração na qual é apresentada a seguinte pergunta: "Agora vou ler o nome de alguns políticos e gostaria de saber se o (a) senhor (a) aprova ou desaprova a maneira como eles vêm atuando no país".
"As pessoas estão avaliando um Luciano Huck que aparece há 15 ou 20 anos na televisão. Ele não tem a imagem desgastada por embates políticos, ainda não foi testado em um debate, por exemplo", afirmou Danilo Cersosimo, diretor do Ipsos, ao jornal. Para ele, "o ponto é se isso vai se converter em votos".
Em um cenário incerto e de bastante descrédito da classe política tradicional, Huck se aproximou tanto de movimentos da sociedade civil, como o Agora!, quanto de partidos políticos – ele está em tratativas avançadas com o PPS, do deputado federal Roberto Freire, este por sua vez em ministro do presidente Michel Temer (PMDB).
Segundo a mídia brasileira, Huck estabeleceu o mês de dezembro como aquele para definir se será ou não candidato à Presidência da República em 2018. O prazo é o mesmo estabelecido pela Rede Globo, emissora do apresentador, para que ele indique que caminho seguirá no próximo ano.
Ainda segundo o Ipsos, depois de Huck quem vem a seguir é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 43% de avaliação positiva e 56% de negativa. Empatado tecnicamente com o petista está o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, que foi convidado pelo PSB a disputar a Presidência e deve dar a sua resposta até janeiro.
Foram ainda mencionados com destaque a ex-senadora Marina Silva (Rede, com aprovação de 35% e rejeição de 56%), o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB, aprovado por 24% e rejeitado por 67%), o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC, avaliado positivamente por 24% e negativamente por 60%), e o prefeito paulistano João Doria (PSDB, aprovado por 19% e rejeitado por 63%).
Ainda fora do cenário político, o juiz federal Sérgio Moro, da Vara de Curitiba que julga as ações da Operação Lava Jato em primeira instância, é aprovado por 50% dos entrevistados, sendo rejeitado por outros 45%.
Lula ironiza 'candidato da Globo'
Após a publicação da reportagem do Estadão, Lula ironizou os números de Huck. Além de descartar a possibilidade de não ser candidato à Presidência em 2018, o petista afirmou que tudo o que mais deseja na vida é "disputar (a cadeira presidencial) com alguém com o logotipo da Globo na testa".
Em uma entrevista à Rádio 730 AM de Goiás, Lula disse não acreditar em candidaturas de 'outsiders' e que gostaria de ver "o que eles querem para o Brasil".
"Ainda não discutimos candidatura, mas a minha disposição é ser candidato e fazer o povo voltar a andar de cabeça erguida. Quem salvou o Brasil uma vez, pode salvar o Brasil de novo", emendou. As falas do ex-presidente durante a entrevista foram replicadas por sua assessoria no Twitter.
Não acredito em outsider. Tudo que eu quero na vida é disputar com alguém com o logotipo da Globo na testa. Quero ver o que eles querem pro Brasil.
— Lula pelo Brasil (@LulapeloBrasil) 23 de novembro de 2017
Estão tentando colocar o Huck, o Joaquim Barbosa... Na hora que começar o jogo vamos ver quem marca gol.
— Lula pelo Brasil (@LulapeloBrasil) 23 de novembro de 2017
Condenado em uma das sete ações nas quais é réu, Lula corre o risco de não poder concorrer ao pleito do próximo ano, caso sua condenação seja mantida em segunda instância. O recurso da defesa do petista deve ser julgado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região até o meio do próximo ano, antes do prazo de inscrições das candidaturas.