"Putin agora é o czar da energia mundial", afirmou Helima Croft, ex-analista da CIA que dirige a estratégia global de matérias primas no banco de investimentos RBC Capital Markets LLC.
O líder russo estará no centro das atenções em 30 de novembro durante a reunião da OPEP com os outros 11 países produtores de petróleo que não são membros do cartel em Viena. A saúde econômica e política das nações assinantes. que em conjunto extraem 60% do petróleo mundial, vai depender dos resultados da reunião.
Uma aliança mutuamente benéfica
Uma vez que a Rússia se aliou com a OPEP, o seu presidente se tornou a figura mais influente no cartel, o que se reflete em uma política exterior destinada a conter a influência dos EUA através de medidas econômicas, diplomáticas, militares e de inteligência. Essa estratégia, apoiada pela vasta riqueza de recursos naturais da Rússia, parece estar funcionando, afirma a Bloomberg.
Mas essa aliança é incómoda para a Arábia Saudita, o maior exportador do mundo, que está descontente com a carga extensa dos cortes assumidos.
No entanto, "os sauditas precisam de um grande parceiro produtor de petróleo para influenciar o mercado de uma maneira efetiva, enquanto para a Rússia existe uma ótima oportunidade para desempenhar um maior papel geopolítico e econômico no Oriente Médio", afirmou Edward C. Chow, membro do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais em Washington.
Riad depende de Moscou?
Para Riad, compartilhar as decisões de produção com Moscou, um aliado do seu arqui-inimigo Irã, é uma pílula amarga de engolir. Mas agora a economia saudita vacila e a monarquia precisa de preços mais elevados do petróleo, porque o seu orçamento para o próximo ano se baseia no preço de petróleo de 40 dólares por barril.
A operação contra a corrupção lançada pelo príncipe herdeiro do trono Mohamed bin Salman, que incluiu a detenção de dezenas de membros da família real e elites empresariais sauditas, parece ter aumentado a dependência da Arábia Saudita da Rússia. A purga anticorrupção alterou o modelo que durante décadas manteve unida a elite saudita e transformou o programa ambicioso de reformas econômicas de Salman em uma batalha pela sobrevivência.