De acordo com ele, afirmações sobre alegada ameaça russa são ouvidas nos EUA diariamente, chegando a se tornar até mesmo "realidade reconhecida". Contudo, de acordo com Cohen, a Rússia nem sequer faz parte das cinco principais ameaças aos EUA.
Segundo o especialista, a maior ameaça aos Estados Unidos representa assim chamada "russiagate", escândalo relacionado aos alegados laços de Donald Trump com Moscou, ainda que não tenham sido comprovados.
Cohen critica a mídia norte-americana que explica de forma negativa os desejos do presidente norte-americano de melhorar as relações com a Rússia, em particular, em torno da crise síria. Assim, o The New York Times acusou Trump de trair os interesses dos EUA, o colunista The Washington Post, Josh Rogin, afirmou que "Trump joga na Síria a favor da Rússia".
O analista norte-americano recordou também sobre as palavras de vários políticos democratas de seu país que qualificaram "ataques hackers" da Rússia como "ato de guerra" em relação aos EUA.
"O que pode ser mais leviano do que insistir que estamos em guerra contra outra superpotência nuclear?", o analista se questionou.
Para ele, a segunda maior ameaça aos EUA é a demonização do presidente russo, Vladimir Putin, que, de acordo com Cohen, não tem análogos na história. Ele frisou que nenhum líder soviético ou pós-soviético foi infamado de forma tão furiosa e infundada.
A terceira ameaça na lista de Cohen é o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) e outras organizações terroristas. "Esta ameaça real seria a principal se as elites da política e da média norte-americana não tivessem criado as duas primeiras", assinalou.
Em seguida, a lista de ameaças aos EUA inclui o crescimento na quantidade de nações com arma nuclear. "Em 1949 eram duas, agora há nove", recorda e acrescenta que "na época de conflitos e guerras religiosas e entre nações; fanatismo é capaz de destruir o tabu usando armas nucleares".
A quinta posição é dada ao aquecimento global e à desigualdade econômica global.
O especialista frisou que na lista não se encontram nem Rússia nem China: em sua opinião, esses dois países representam ameaças ilusórias, inventadas por Washington. No que se refere à aliança entre Moscou e Pequim que de fato é o resultado da política contraditória dos EUA, é assunto para outra conversa, acrescentou Cohen.