"Sem dúvida, outro lançamento de mísseis é uma ação provocadora que gerará um aumento adicional das tensões e posterga o momento do início da solução para a crise", disse Dmitri Peskov, porta-voz do presidente russo Vladimir Putin, a jornalistas nesta quarta-feira.
O oficial do Kremlin enfatizou que a Rússia condena o lançamento do míssil balístico intercontinental Hwasong-15 pela Coreia do Norte e espera que todas as partes possam "permanecer calmas" para que a situação na península não piore.
Peskov também comentou como Pyongyang reagiu à proposta feita por Moscou e Pequim para normalizar a situação na península, com o duplo congelamento de testes norte-coreanos e de exercícios militares conjuntos de EUA e Coreia do Sul.
"No momento, não há motivo para um otimismo substancial", disse o porta-voz russo.
Pequim chama a atenção de Pyongyang
Já a China expressou "profunda preocupação" com o mais recente lançamento de um míssil balístico realizado por Pyongyang e instou a Coreia do Norte a cumprir as resoluções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU, de acordo com o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Jeng Shuang.
"Instamos a Coreia do Norte a respeitar os requisitos das resoluções relevantes do Conselho de Segurança da ONU e a pôr fim a ações que levem a uma agravação das tensões na Península da Coreia", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, em uma conferência de imprensa.
O míssil norte-coreano Hwasong-15 foi lançado na manhã desta quarta-feira (horário local), de uma localidade ao norte de Pyongyang. O projétil cobriu uma distância de 950 quilômetros e, durante o seu voo, atingiu uma altitude de 4.475 metros.
De acordo com dados do Ministério da Defesa do Japão, o míssil se dividiu antes de cair cerca de 250 quilômetros a leste da prefeitura japonesa de Aomori, na zona econômica exclusiva deste país. Ainda segundo Tóquio, o projétil "é capaz de transportar não apenas armas nucleares, mas também biológicas e químicas".
Segundo o governo de Kim Jong-un, o teste com o Hwasong-15 foi "bem-sucedido" e o míssil "pode chegar a todas as partes dos EUA".
Poucas horas após o teste, EUA, Japão e Coreia do Sul solicitaram uma reunião de urgência da ONU.