De acordo com Maghayed, parte do tratamento é evitar a palavra "prisioneiro" por causa do impacto negativo e usar, em vez disso, a palavra "residente".
Mais do que levar os residentes a se sentirem obrigados a fazer algo, os responsáveis preferem reforçar os laços familiares, uma tática psicológica que funciona para tornar mais difícil para os infratores retornar aos seus hábitos antigos.
"Você não pode combater o terrorismo pela força", diz o psicólogo do centro, Ali al-Afnan, à agência AFP, adicionando que "somente as ideias podem combater as ideias".
Estabelecido em 2004, o centro de reabilitação declara ter curado mais de 3.300 homens acusados dos crimes ligados ao terrorismo. Os responsáveis registraram "um sucesso de 86%", disse Maghayed. Os restantes 14%, adicionou, somente demonstraram um "comportamento desviante", enquanto alguns voltaram aos grupos militantes.
Contudo, nem todos concordam com as estatísticas do centro. Para John Hogan, psicólogo, os 14% não são um número preciso, e de fato a percentagem real é muito mais alta.
"É louvável que os sauditas tentem fazer algo diferente – eles são uns dos primeiros a tentar 'curar' os terroristas", disse Hogan à AFP. "[Mas] sem mais transparência sobre estas práticas é impossível saber que valor traz esse programa, se realmente traz algum, para a redução da ameaça de reenvolvimento nas atividades terroristas."
É bastante irónico que, enquanto os extremistas ficam em acomodações luxuosas, sete pessoas foram executadas na terça-feira (28) acusados de assassinato, roubo e tráfico de drogas. No total, o reino executou 137 pessoas desde 2017 até agora.