Quando foi apresentado o projeto, o presidente boliviano, Evo Morales, declarou que a obra de caráter regional é destinada a se converter no "canal do Panamá" e "caminhos incas" do século XXI (extenso sistema de caminhos construído durante o Império Inca).
Evo Morales: "El tren bioceánico es el Qhapaq Ñan del siglo XXI" la red vial de los incas. #CorazonDeSudamerica #TrenBioceanico pic.twitter.com/BDokNd8Ped
— Tren Bioceanico (@Tren_Bioceanico) 11 de janeiro de 2017
O "corredor ferroviário bioceânico de integração" se trata de uma obra que, inicialmente, visava unir o Brasil, Bolívia e Peru, mas que, depois, recebeu apoio argentino, uruguaio e paraguaio.
Um trem que partirá do porto brasileiro de Santos (oceano Atlântico), percorrendo a Bolívia por Puerto Suarez, no extremo leste do país, passando pelos municípios orientais de Santa Cruz, Montero e Bulo Bulo até o planalto de La Paz. De lá, sairá ao Peru pelo Hito 4 (marcador fronteiriço), para concluir o seu percurso no porto de Ilo (oceano Pacífico).
O corredor ferroviário abrangerá 3.775 quilômetros ao longo de três países e o seu objetivo principal é interconectar o centro da América do Sul com ambos os portos marítimos para facilitar as exportações da região para a Ásia.
O projeto também se chama "trem bioceânico" e cobrirá 1.521 quilômetros no Brasil, 1.894 km na Bolívia e 340,5 km no Peru.
Um relatório técnico publicado pela Unasul (União das Nações Sul-Americanas) qualifica o corredor como "o projeto mais ambicioso da história da Bolívia", o que ajudará a melhorar suficientemente as suas atividades de exportações e importações.
Também, o Mercosul emitiu uma declaração conjunta para indicar que o corredor é de "interesse regional", porque se converterá em uma plataforma para melhorar a logística do comércio exterior.
A importância estratégica do projeto também tem chamado atenção de países europeus, tais como a Alemanha, Suíça e Espanha, que estão interessados em financiar a execução das obras.