"Concordamos, juntamente com a União Europeia e a ONU, em criar uma força-tarefa para repatriar pelo menos 3.800 pessoas", disse o representante da União Africana Moussa Faki Mahamat. "Mas isto é apenas um acampamento… o governo líbio nos diz que existem 42 no total. Definitivamente, há mais do que isso. Existem estimativas de 400.000 a 700.000 migrantes africanos na Líbia".
Um grupo de nove inspetores de direitos humanos da ONU publicaram um comunicado em que afirmam que "agora está claro que a escravidão é uma realidade chocante da Líbia". O texto também afirma que "os leilões são uma reminiscência de um dos capítulos mais sombrios da história humana, quando milhões de africanos foram arrancados, escravizados, traficados e leiloados para quem pagasse mais".
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou que as imagens do comércio de seres humanos são "horríveis".
Força-tarefa
A França organizou uma reunião entre União Europeia, ONU, Chade, Níger, Marrocos, Congo e Líbia para tratar do assunto. O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que um dos pontos acordados pelo grupo é a formação de uma "força-tarefa" composta por policiais e serviços de inteligência europeus e africanos.
Macron, entretanto, descartou a presença de militares franceses em solo líbio. "É importante preservar a soberania da Líbia", disse.
As autoridades alemãs afirmaram que o Governo da Líbia prometeu investigar os leilões de escravos e autorizou o acesso da ONU à campos de refugiados.
Já os países da União Europeia irão financiar o repatriamento de migrantes que estão na Líbia, um processo que será intermediado pela Organização Internacional de Migração.