De acordo com o relatório trimestral do Centro de Dados de Pessoal de Defesa (DMDC), em setembro 2017, o contingente de tropas norte-americanas na Síria contava com 1.720 militares, três vezes mais que o número comunicado pelos militares norte-americanos aos jornalistas (503).
Tensões regionais
De acordo com o Ministério da Defesa russo, o exército sírio está realizando missões visando a eliminação de grupos de terroristas no vale de Eufrates e, em breve, sua margem ocidental será completamente libertada, fazendo com que a operação de eliminação dos restos da organização terrorista Daesh (proibida na Rússia e em vários outros países) seja terminada.
Contudo, os EUA advertiram o exército sírio de que este não deveria atravessar o Eufrates.
"Em minha opinião a intervenção dos EUA continuará e a situação poderá ficar fora de controlo se as forças apoiadas pela Síria e pelos Estados Unidos se enfrentarem a leste do Eufrates", assinalou o especialista em assuntos políticos Dan Lazare em entrevista à Sputnik Internacional.
Para o especialista, os objetivos do contingente dos EUA na Síria ainda não são completamente claros.
"Caso os EUA ainda pretendam uma mudança de regime, então isso pode ser uma boa explicação para a continuação da presença militar dos EUA na região", disse Lazare.
Ele assinalou também que o presidente norte-americano deve estar completamente confundido e meio paralisado em suas ações.
"Acredito que Trump esteja genuinamente confuso. Ele quer dar-se bem com [o presidente russo Vladimir] Putin, ele deseja derrotar o Daesh, e ele não se importa muito se, no fim das contas, [o presidente sírio Bashar] Assad permanecer no seu cargo".
Trump começou a perceber que Assad é um aliado do Irã, que ele considera como inimigo público número um. Levando em consideração as potentes forças que se mobilizaram contra Assad, isso significa que ele [Trump] nunca pode dizer definitivamente não aos que desejam que ele [Assad] deixe o cargo, opinou Lazere.
Trump, os políticos e a confusão de objetivos
Outro analista político, Jean Bricmont, disse à Sputnik que a permanência das tropas dos EUA na Síria reflete a confusão de objetivos dos políticos de Washington.
"Como sempre, os norte-americanos não conseguem simplesmente aceitar a derrota, fazer as malas e voltar a casa. Mas o que eles pretendem fazer com essas tropas?", pergunta ele de forma retórica.
Os políticos dos EUA provavelmente "apostarão nos curdos", o que afastaria a Turquia, sendo esta seu aliado mais próximo.
Eventualmente, os curdos e o governo sírio conseguirão chegar a alguns acordos. Então, para as tropas norte-americanas não haverá mais nada para fazer a não ser fazer as malas e regressar a casa, previu Bricmont.