Segundo comunicou na semana passada o chanceler turco, Mevlut Cavusoglu, o presidente estadunidense, Donald Trump, falou pelo telefone com seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmando ter mandado parar os fornecimentos de armas americanas às YPG, que Ancara considera como uma organização terrorista, conectada com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) proibido na Turquia.
De acordo com ele, apesar das declarações sobre a luta contra o terrorismo, o que os estadunidenses e os líderes das FDS faziam na prática era deslocar terroristas do Daesh, (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), conforme um acordo entre as partes.
Silo adiantou também que todas as iniciativas ligadas à criação desta força partiram do representante especial da Presidência dos EUA para os assuntos de cooperação com outros países na luta contra o Daesh, Brett McGurk, que nomeadamente propôs criar uma estrutura chamada Coalizão Árabe durante a operação de libertação de Raqqa, sendo que toda a função dela se resumiria a receber os armamentos.
Pelas palavras do ex-porta-voz das FDS, para os norte-americanos não faz diferença onde suas armas são usadas.
"Os representantes estadunidenses nunca nos fizeram esta pergunta. Eles até acreditavam nas declarações das YPG de que elas alegadamente precisavam de mais armas, e logo enviavam novos lotes. Os EUA se dão conta perfeitamente de que os árabes, turcomenos, assírios não fazem parte desta equação. Na época do governo de Obama havia um apoio limitado. Logo que Trump chegou ao poder, a forma de apoio mudou, começaram a ser fornecidos blindados", detalhou Silo.
Segundo revelou o entrevistado, a estrutura das FDS é gerida pelos EUA, enquanto a escolha dos líderes do agrupamento não passa de uma "peça teatral". Silo também revelou o número de combatentes da força.
"Embora não haja dados precisos, se trata, aproximadamente, de 50 mil combatentes — homens e mulheres. 70% do número total de combatentes das FDS são terroristas das YPG e de sua ala feminina. Os combatentes das YPG apenas formalmente fazem parte das FDS, de fato, eles atuam independentemente. As FDS são apenas um nome, uma mera sigla", resumiu.