Em 29 de novembro de 2017 a Coreia do Norte realizou o lançamento do seu mais avançado míssil balístico Hwasong-15. O projétil demonstrou capacidades impressionantes em comparação com seu antecessor, o Hwasong-14.
Os especialistas defendem que o alcance máximo do míssil recém-elaborado se situa entre 10.500 e 13.000 km, o que põe em perigo hipotético a maior parte do território dos EUA, escreve Vladimir Khrustalev, analista do portal russo Zvezda.
O que dizem os norte-coreanos
Assim, o documento menciona o novo caminhão de transporte do míssil, com 18 rodas, de fabricação nacional, sublinhando que o país conseguiu autonomia na produção dessas máquinas sofisticadas.
Anteriormente, os especialistas haviam estimado que o exército norte-coreano tivesse de seis a oito veículos deste tipo no máximo. Tratava-se de caminhões de oito eixos WS-52100 adquiridos à China para uso industrial. Não obstante, em 2012, uma vez que os WS-52100 apareceram no desfile militar em Pyongyang como plataformas móveis, Pequim cessou as exportações desses veículos à Coreia do Norte.
Agora, o país parece ter alcançado a autonomia na fabricação de plataformas móveis e não depender dos fornecimentos externos, opina o autor.
Os relatórios oficiais norte-coreanos mencionam que o míssil estava equipado com um novo sistema de propulsão de empuxo vetorial. Trata-se de uma tecnologia mais sofisticada do que a dos mísseis anteriores, dotados de asas e motores auxiliares para guiar-se.
Além disso, o comunicado sublinha que o novo míssil é "capaz de levar uma ogiva nuclear superpesada". Esta frase pode referir-se ao grande potencial do míssil quanto a transportar carga útil, isto é, as ogivas nucleares ou alvos falsos, destinados a confundir a defesa antiaérea.
O que confirma o vídeo do lançamento
O vídeo publicado pelos norte-coreanos confirma muitas das afirmações do comunicado oficial, considera Khrustalev.
O caminhão, mesmo que se pareça aos veículos chineses, possui certas diferenças importantes e, de fato, é muito provável que seja de fabricação nacional. Assim, a Coreia do Norte demonstra a capacidade de aumentar drasticamente o seu parque de plataformas móveis para os mísseis balísticos.
O próprio míssil de dois estágios é enorme e mede 20-22 metros de comprimento, e um ou dois metros de diâmetro. Poucos países são capazes de fabricar mísseis deste tamanho, lembra o autor.
É importante também que as chamas do motor sejam "suficientemente claras" para assumir que a combustão e o sistema de abastecimento para as câmaras de combustão também funcionam de acordo com o planejado.
"A Coreia do Norte conseguiu criar um motor muito bom, potente e aperfeiçoado", avaliou analista.
Finalmente, o míssil é bem capaz carregar bombas nucleares e termonucleares, junto com algumas ogivas falsas. Este fato, por si mesmo, será uma grande dor de cabeça, já que cada ogiva falsa pode distrair o sistema de defesa antimíssil.
O que falta à indústria militar norte-coreana
As observações mostram que a indústria de mísseis norte-coreana tem avançado consideravelmente. No entanto, para a eficácia da dissuasão nuclear, o objetivo declarado de Pyongyang, há necessidade de demonstrar a "vitalidade" de seu potencial nuclear.
No que respeita à futura estratégia da Coreia do Norte sobre o seu potencial nuclear, o colunista de Zvezda, articula os possíveis passos seguintes.
Assim, o país poderá efetuar ensaios clandestinos de mísseis balísticos. Hoje em dia, os preparativos são descobertos antecipadamente pelas inteligências dos países vizinhos. Devem demonstrar que se podem lançar mísseis a partir de lugares desconhecidos e sem serem detectados.
Terceiro, o país precisa testar os mísseis de médio alcance ou intermediário a combustível sólido, que quase não precisam de tempo para se preparar para o lançamento. Isso elevará a sobrevivência das plataformas de lançamento.
"Do ritmo e do sucesso na solução destas tarefas depende em grande parte a solução da crise atual no nordeste asiático", concluiu analista.