Exercícios conjuntos dos EUA e Coreia do Sul são 'ensaio de agressão' contra Pyongyang

© REUTERS / KCNAParada militar em Pyongyang (foto de arquivo)
Parada militar em Pyongyang (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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Os maiores exercícios conjuntos das Forças Aéreas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul são uma simulação de uma operação militar contra Pyongyang, mas essas medidas não fazem com que a Coreia do Norte desista do seu programa nuclear, disse o especialista militar Igor Korotchenko.

"Essas manobras devem ser vistas como um ensaio de uma possível operação de ataque contra as instalações-chave da infraestrutura nuclear, posições dos mísseis balísticos norte-coreanos, bem como contra os armazéns de armas nucleares. Por outro lado, é uma intimidação para o regime da Coreia do Norte", disse ele.

As manobras militares conjutas dos EUA e a Coreia do Sul (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
Manobras dos EUA e Coreia do Sul comprovam término do 'período de silêncio'?
O especialista sublinhou que a pressão de Washington e Seul não terá o impacto esperado sobre Pyongyang que, por razões de segurança do seu regime, não vai abandonar os testes nucleares.

"Acho que quaisquer fatores de pressão sobre Pyongyang são inúteis. Hoje a Coreia do Norte se mostra pronta para negociações, mas em um futuro previsível em caso algum irá desistir do seu programa nuclear e de mísseis. A resposta a esses exercícios poderão ser novos lançamentos de mísseis norte-coreanos", disse Korotchenko.

Segundo ele, para resolver a crise na península da Coreia é preciso realizar o plano proposto pela Rússia e a China, que prevê um conjunto de medidas político-diplomáticas.

"Na primeira etapa, os EUA e seus aliados devem deixar de realizar exercícios militares perto da fronteira norte-coreana. Pyongyang, por sua vez, tem de suspender seu programa de armas nucleares e de mísseis. Essas medidas poderão ajudar a começar o diálogo político, mas até agora a situação é perigosa e imprevisível e o principal fator dessa instabilidade é a política dos EUA; todas as ações de Kim Jong-un [líder norte-coreano] têm um caráter defensivo", concluiu ele.

Bombardeiro norte-americano B-52 Stratofortress (abaixo) com caças sul-coreanos F-15K e caças norte-americanos F-16 (acima) sobrevoando a Coreia do Sul em proximidades da Coreia do Norte - Sputnik Brasil
EUA e Coreia do Sul realizam exercícios aéreos conjuntos em meio à crise com Pyongyang
A ideia de duplo congelamento proposta pela Rússia e China, que prevê a suspensão simultânea do programa de armas nucleares e de mísseis da Coreia do Norte e dos exercícios militares conjuntos da Coreia do Sul e dos EUA, foi formulada em 4 de julho em uma declaração conjunta firmada em Moscou.

Anteriormente, os ministérios das Relações Exteriores da Rússia e da China emitiram uma declaração conjunta sobre o problema da Península da Coreia (o plano "congelamento duplo"). Os dois países propuseram uma moratória aos testes nucleares e lançamentos de mísseis da Coreia do Norte e apelam aos EUA e à Coreia do Sul para não realizarem manobras conjuntas. Os EUA não apoiaram essa iniciativa.

As Forças Aéreas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul iniciaram nesta segunda-feira, 4 de dezembro, os maiores exercícios conjuntos dos últimos anos em meio ao conflito com Pyongyang. Fontes militares revelaram que cerca de 12 mil soldados e mais de 230 equipamentos militares estarão envolvidos nestas manobras na península Coreana.

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