"Essas manobras devem ser vistas como um ensaio de uma possível operação de ataque contra as instalações-chave da infraestrutura nuclear, posições dos mísseis balísticos norte-coreanos, bem como contra os armazéns de armas nucleares. Por outro lado, é uma intimidação para o regime da Coreia do Norte", disse ele.
"Acho que quaisquer fatores de pressão sobre Pyongyang são inúteis. Hoje a Coreia do Norte se mostra pronta para negociações, mas em um futuro previsível em caso algum irá desistir do seu programa nuclear e de mísseis. A resposta a esses exercícios poderão ser novos lançamentos de mísseis norte-coreanos", disse Korotchenko.
Segundo ele, para resolver a crise na península da Coreia é preciso realizar o plano proposto pela Rússia e a China, que prevê um conjunto de medidas político-diplomáticas.
"Na primeira etapa, os EUA e seus aliados devem deixar de realizar exercícios militares perto da fronteira norte-coreana. Pyongyang, por sua vez, tem de suspender seu programa de armas nucleares e de mísseis. Essas medidas poderão ajudar a começar o diálogo político, mas até agora a situação é perigosa e imprevisível e o principal fator dessa instabilidade é a política dos EUA; todas as ações de Kim Jong-un [líder norte-coreano] têm um caráter defensivo", concluiu ele.
Anteriormente, os ministérios das Relações Exteriores da Rússia e da China emitiram uma declaração conjunta sobre o problema da Península da Coreia (o plano "congelamento duplo"). Os dois países propuseram uma moratória aos testes nucleares e lançamentos de mísseis da Coreia do Norte e apelam aos EUA e à Coreia do Sul para não realizarem manobras conjuntas. Os EUA não apoiaram essa iniciativa.
As Forças Aéreas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul iniciaram nesta segunda-feira, 4 de dezembro, os maiores exercícios conjuntos dos últimos anos em meio ao conflito com Pyongyang. Fontes militares revelaram que cerca de 12 mil soldados e mais de 230 equipamentos militares estarão envolvidos nestas manobras na península Coreana.