Em entrevista à Agência EFE, em Montevidéu, onde participou de uma conferência, Dilma disse que a "perseguição judicial" que se instalou no país contra Lula se deve aos que "não tem candidato" para as eleições presidenciais do próximo ano.
"Se tivessem um candidato não tentariam tanto destruir o Lula. Querem destrui-lo porque não têm um candidato. Usam a lei como arma de guerra política e de destruição civil, da cidadania de uma pessoa, acusando-a de corrupção, e não lhes interessa se depois a pessoa será absolvida, lhes interessa que a inabilitem ou a destituam", ponderou.
A petista fez um paralelo da perseguição a Lula com o impeachment que ela mesma sofreu, em 2016, que colocou o vice Michel Temer (PMDB) no comando do Brasil. Para Dilma, o que aconteceu foi um golpe e se deu por irregularidades fiscais não comprovadas.
"É como o meu golpe, eles consideraram durante um tempo que era justo e nós temos que desmontá-lo e mostrar que é uma perseguição política e uma injustiça", comentou ela.
Dilma afirmou também que é o momento da esquerda contra-atacar e voltar ao poder, por isso é preciso apoiar a candidatura de Lula às eleições de 2018 e incitar a população a apoiar a democracia, até como forma de resistência à agenda instalada pelo governo Temer.
"Para nós é fundamental conseguir reverter este projeto, e ele só poderá ser revertido agora em 2018, se não a luta de longo prazo é muito mais dura […]. Agora estamos em um momento em que vamos resistir, Lula será candidato a presidente do Brasil", completou.