Trump quer escândalo em torno de Jerusalém para concorrer com Putin, acredita analista

© REUTERS / Jorge SilvaVladimir Putin e Donald Trump falam durante cúpula da APEC, Danang, Vietnã, 11 de novembro de 2017
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Por que Donald Trump proclamou Jerusalém como capital de Israel? O analista russo Pyotr Akopov não está satisfeito com as respostas que dão as mídias internacionais e apresenta sua versão em um artigo para portal analítico russo Vzglyad.

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Depois de terem bloqueado ou tentado bloquear no Congresso e nos tribunais quase todas as suas iniciativas, Trump recorreu a uma estratégia que costumava usar no mundo dos negócios: "jogar em grande estilo, blefar, pressionar o parceiro-rival", escreve Akopov apontando que em relação da Coreia do Norte o presidente norte-americano faz a mesma coisa levando a tensão ao máximo.

A maioria da mídia acusa Trump de ser "ignorante" e "pouco racional". No entanto, para Akopov, a decisão do presidente dos EUA foi muito bem refletida e se explica pela simples necessidade de recuperar o "terreno perdido", contra o líder de outra potência mundial com grande influência na região: a Rússia.

Os métodos de Trump podem parecer estranhos, mas é o estilo dele, assegura o analista: "Atrair a atenção do público, provocar escândalo."

Com sua declaração sobre a capital de Israel, Donald Trump "faz explodir a situação e atrai para si a atenção de todos para tirá-la de Vladimir Putin, que conseguiu reforçar suas posições na região.

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No entanto, o analista explica que "não se trata de uma mera competição com o presidente da Rússia; é o desejo de recuperar para os EUA o papel de principal moderador na região".

Akopov considera que, sem este escândalo, Washington não teria tido nenhuma chance para recuperar esse papel. A ocasião irá aparecer, mas dentro de algum tempo, quando se acalmar a indignação da comunidade muçulmana e Israel aceitar as negociações, prevê o especialista.

As declarações de Trump conseguiram mais um feito, sublinha Akopov: o premiê israelense caiu no anzol e a partir deste momento para ele será muito mais difícil dizer "não" ao "grande defensor de Israel".

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