Os líderes almoçaram juntos e participaram de entrevista coletiva no Palácio do Eliseu. Netanyahu está em Paris um dia antes dos chanceleres da União Europeia reunirem-se para uma resposta conjunta à decisão de Donald Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
Macron condenou atos de terrorismo contra Israel, mas também disse ser contrário ao passo de Trump, que classificou de uma "ameaça perigosa para a paz".
"Parece-me que o congelamento da construção de assentamentos e medidas de confiança em relação à autoridade palestina são atos importantes para começar, o que discutimos com o primeiro-ministro Netanyahu", afirmou o líder francês.
Os países da Europa, assim como a maior parte do mundo, fizeram duras críticas à decisão de Trump — que reverteu uma posição de décadas dos Estados Unidos. Israel considera que toda Jerusalém é sua capital, enquanto os palestinos querem que a parte oriental da cidade seja a capital de um futuro estado independente.
A maioria dos países manteve a posição de que as decisões sobre o status de Jerusalém devem ser deixadas para futuras negociações de paz. A administração Trump argumenta que qualquer acordo de paz futuro provavelmente colocará a capital de Israel em Jerusalém e velhas políticas precisam ser abandonadas para reviver o processo de paz moribundo.
Netanyahu respondeu a Macron dizendo que os palestinos precisam reconhecer a "realidade" de que Jerusalém é a capital de Israel e que isso ajudará o processo de paz.
"O mais importante para a paz é antes de tudo reconhecer que o outro lado tem o direito de existir", disse ele. "Uma das manifestações dessa recusa é a mera negativa de sentar-se com Israel", disse o premiê israelense.
Macron disse que não esperava nenhum avanço no curto prazo, mas afirmou ser importante esperar uma proposta de conciliação vinda dos Estados Unidos no início do próximo ano antes de descartar Washington como mediador do conflito.
Turquia e Irã
Quando perguntado sobre o descontentamento em toda a região com a decisão de Trump, incluindo críticas severas do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, Netanyahu disse que não receberia aulas de moral do líder turco. Ele disse que muitas nações árabes estavam cada vez mais alinhadas com Israel para enfrentar a ameaça regional do Irã.
"Muitos países árabes reconhecem que Israel não é seu inimigo, mas seu indispensável aliado", falou Netanyahu.
Netanyahu disse que procura laços mais estreitos com os países árabes para isolar extremistas e o Irã.
"O que o Irã está tentando fazer é se afundar militarmente com as forças terrestres, aéreas e navais na Síria com o propósito expresso de lutar e destruir Israel. Não vamos tolerar isso e nós apoiamos nossas palavras com ações", disse ele.