"Pequim e Moscou entendem que os EUA têm usado o dólar para controlar o mundo e querem distanciar-se deste controle com a implementação de um novo tipo de 'padrão de ouro 2.0'", afirmou Grass ao canal de televisão russo RT, sublinhando que esse distanciamento ocorre ao mesmo tempo que os países ocidentais continuam optando pela moeda fiduciária em vez da moeda-mercadoria.
"Na Ásia veem o ouro como moeda superior, 'real', algo de que o Ocidente se esqueceu devido à riqueza em papel – crédito – que acumulou", sublinhou o consultor, explicando que o comércio de ouro no mercado de balcão (fora da bolsa) em 2016 foi de cerca de dez vezes superior à quantidade de ouro extraído hoje, o que é uma "fraude gigante e obviamente insustentável".
"As fraudes em papel em Londres e Nova York explodirão quando o preço em papel do ouro caírem para zero ou quando apenas uma fração dos investidores reclamar o ouro físico que lhe pertence", declarou Grass. "Estamos entrando em uma batalha entre moedas: uma apoiada por um ativo sólido e outra por promessas, que as gerações futuras pagarão mediante dívidas, inflação e impostos cada vez mais altos", concluiu ele.
Os países do BRICS produzem e consomem volumes impressionantes de metal precioso e querem continuar a fazê-lo sem ser através dos centros europeus tradicionais. De acordo com o vice-presidente do Banco Central russo, este já firmou um memorando com a China para desenvolver o comércio bilateral de ouro. O banco espera que em 2018 seja lançado o sistema de comércio bilateral com Pequim.