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Moedas digitais estão sendo usadas para esquemas de pirâmide, alerta promotor

© Sputnik / Vladimir Astapkovich / Acessar o banco de imagensBitcoin, criptomoeda
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"É uma bolha, uma pirâmide", afirmou o presidente do Banco Central do Brasil, Ilan Goldfajn, sobre as moedas digitais.

"Moedas virtuais do jeito que estão hoje com essa subida vertiginosa, onde não há lastro, não há ninguém para regular, levam a um risco tal que o Banco Central emitiu um comunicado alertando para os riscos", disse Goldfajn na quarta-feira (13).

Apenas em 2017, o bitcoin, a principal das moedas digitais, teve uma valorização de 1.500%.

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O recado do presidente do Banco Central chama atenção porque já existem registros de casos de pirâmide com moedas digitais no Brasil. Um deles ocorreu com a empresa Wall Street Corporate, que vendia a suposta moeda digital Kriptacoin.

Com uma presença forte nas redes sociais, eles prometiam ganhos de até 1% por dia. Os seus sócios ostentavam uma rotina de luxo com carros importados nas redes sociais até a empresa ser alvo da Operação Patrick da Polícia Civil e do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. No vídeo abaixo é possível conferir um dos vídeos promocionais do esquema:

O promotor Paulo Roberto Binicheski, que ofereceu denúncia contra os envolvidos no Kriptacoin, afirma que a moeda digital nunca existiu.

"As empresas que supostamente dariam o suporte para essa falsa moeda digital eram todas formadas com nomes falsos e algumas com laranjas. Desde o início, era um golpe."

O Kriptacoin não passa de um já antigo esquema de pirâmide, acredita o MP. Neste modelo de golpe, quem participa recebe recursos em função do recrutamento de novos investidores, trazendo recursos para o caixa da organização criminosa. Acontece que como não há um produto ou serviço de fato, o negócio está fadado ao fracasso.

"As pirâmides se sustentam enquanto houver a adesão de outras pessoas. Quando deixa de haver novas pessoas, ela desmonta instantaneamente", diz Binicheski.

Como existe uma crescente discussão e divulgação sobre as moedas digitais, elas podem acabar sendo usadas como atrativos para esquemas de pirâmide, afirma o promotor. A empresa Wall Street Corporate garantia retornos para os novos "investidores" mesmo que eles não encontrassem novos clientes para enganar as vítimas e fazê-las voltarem a investir recursos.

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O Kriptacoin movimentou aproximadamente de R$ 250 milhões e enganou cerca de 40 mil pessoas. 16 pessoas foram indiciadas pela Justiça por possíveis crimes e foram apreendidos carros de luxo como Porsche, Ferrari e Lamborghini.

O promotor Paulo Roberto Binicheski alerta que é preciso ter cautela com promessas de retorno exageradas de empresas novas e sem atividade comprovada. Ele afirma que desde que o esquema do Kriptacoin foi descoberto, o MP recebeu denúncias de outras moedas digitais com expectativa de retorno ainda maiores.

Para Binicheski é preciso ter cautela até mesmo com moedas digitais cuja existência é comprovada: "Qual é o produto que se valoriza 1.500%?", questiona. "O Bitcoin é uma moeda de extremo risco. Ela só se mantém em razão das pessoas estarem operando com ela. A partir do momento que houver uma debandada de investidores, ela vai quebrar."

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