'Reino dos Kim'
O primeiro país na lista de Farley é a Coreia do Norte, que, em sua opinião, se viu envolvida na crise geopolítica mais grave da modernidade.
"Os êxitos norte-coreanos na produção de mísseis balísticos, junto com a falta de experiência diplomática da administração Trump, criaram uma situação extremamente perigosa", destaca o professor.
Segundo ele, os erros de cálculo tanto por parte de Pyongyang quanto por parte de Washington podem evoluir para uma guerra, na qual o Japão e a China poderão ser envolvidos.
Taiwan
Ao mesmo tempo, a China aumentou as atividades militares na área e estas têm provocado descontentamento por parte dos EUA repetidas vezes. Além disso, Washington continua expandindo suas entregas de armas a Taiwan.
"Parece que atores tão influentes como a China e os EUA estão prontos a trocar relações que requerem previsibilidade e diplomacia cautelosa por uma situação de incerteza, que pode acarretar um conflito demolidor", acredita Farley.
Ucrânia
A próxima na lista é a Ucrânia, onde a situação, segundo afirma o especialista, continua tensa: o cessar-fogo no Leste do país é violado com frequência, enquanto os protestos em Kiev e a "história inédita" em torno de Mikhail Saakashvili põem em questão a estabilidade do atual governo ucraniano.
O professor também não descarta a variante em que Moscou possa aumentar a sua presença na Ucrânia em um cenário de colapso das autoridades atuais, o que, por sua vez, pode provocar uma confrontação militar de larga escala entre a Rússia e o Ocidente.
Flanco sul da OTAN
A quarta região vulnerável a um possível conflito armado, na opinião de Farley, é o flanco sul da OTAN, em particular, a Turquia.
De acordo com o analista, o afastamento entre Ancara e a União Europeia junto com os EUA e a aproximação turca de Moscou é um indício de uma mudança séria do equilíbrio de forças na região.
Nem a Turquia, nem a Rússia, nem os EUA acreditam que a guerra seja um meio razoável de resolver uma situação diplomática criada, frisa o autor. Porém, a mudança do equilíbrio na região pode influir no curso dos acontecimentos na Síria, no Iraque, no Irã, nos Bálcãs e no Cáucaso.
Golfo Pérsico
O professor frisa que nesta região já houve conflitos, mas estes nunca se desenvolveram em guerras mundiais.
"Entretanto, Riad deixou claro que está disposto a construir uma coalizão diplomática e militar contra o Irã e, talvez, até incluir Israel nela. Em uma altura em que a Rússia volta a defender suas posições na região, é bem triste imaginar como tudo isso pode se transformar em uma confrontação de duas superpotências", resume o autor.