A fronteira marítima
Para a Frota do Pacífico, que protege a longa linha costeira do Extremo Oriente russo, tal tipo de "pesca" é um negócio comum. Nesta zona, 10 dos 18 submarinos nucleares da classe Ohio da Marinha dos EUA sulcam as profundezas do mar. Seu monitoramento é uma das principais tarefas da Frota do Pacífico (e das outras também). Além disso, as forças antissubmarino "enxotam" os submarinos inimigos dos seus próprios objetivos estratégicos.
Trabalho em equipe
Hoje em dia, em serviço de todas as frotas da Rússia há 46 aviões antissubmarino Il-38 e oito Il-38N modernizados. Estes aviões têm como objetivos a busca e destruição de submarinos inimigos, que cumprem conjuntamente com navios antissubmarino ou sozinhos, reconhecimento marítimo, operações de busca e resgate e instalação de barragens de minas.
Além disso, a Frota do Norte e a do Pacífico têm em seu serviço esquadrões de bombardeiros de longo alcance Tu-142. Cada "caçador de submarinos" possui um arsenal completo para espiar e atacar o alvo.
"Todos estes aviões têm grande mobilidade, sendo capazes de desenvolver uma alta velocidade e percorrer distâncias grandes em um prazo curto. Em princípio, sua tripulação é capaz até de descobrir visualmente um submarino que navega a pequena profundidade", assinalou o almirante Vladimir Komoedov à Sputnik.
O especialista acrescentou que estes aviões usam um conjunto de boias de diferentes tipos que funcionam em diferentes profundidades.
De acordo com o que explicou Vladimir Komoedov, a aviação antissubmarino não opera "por chamada", ou seja, todo o funcionamento da defesa antissubmarino é efetuado com regularidade, em conformidade com os planos. Os aviões navais patrulham as zonas que lhes são atribuídas e lançam periodicamente boias para detectar submarinos inimigos.
Além de aviões, do patrulhamento participam também navios, helicópteros esquipados com sonares e até mesmo satélites. Isto é, são várias as forças que lutam contra as ameaças submersas, mas sob um único comando.
Os "olhos" da Marinha
O algoritmo das ações de um avião antissubmarino é bem simples. Ao deixar as boias na zona de patrulhamento, sua tripulação começa analisando os dados obtidos dos aparelhos. Caso a presença de um submarino desconhecido seja confirmada por uma boia, o avião envia os dados a navios antissubmarino ou a um submarino dos seus. Enquanto isso, o avião continua monitorando as outras boias a fim de determinar o rumo aproximado do submarino inimigo.
Este processo é parecido com o jogo batalha naval: caso o inimigo seja "ferido", depois fica claro para onde "disparar" para "acabar com ele".
Além disso, o próprio avião antissubmarino também pode atacar o alvo submerso. Aviões Il-38 e Tu-142 estão equipados com um amplo conjunto de armas: torpedos antissubmarino AT-1 e AT-2, mísseis APR-1, APR-2 e APR-3, bombas antissubmarino, minas e muitas outras.
"Contudo, a principal tarefa da aviação antissubmarino é detectar alvos e enviar os dados a outros. Pois a melhor maneira de confrontar um submarino é usar outro submarino", explica Komoedov.