Agora, esta estação é fundamental para conhecer os segredos deste enorme lago, que permaneceu isolado por centenas de milhões de anos sob uma camada de gelo de mais de 3.700 metros de espessura.
No entanto, os membros das sucessivas expedições antárticas russas não parecem estar com pressa em revelar os enigmas do passado do nosso planeta ou os mistérios da evolução bacteriológica.
Achados palpáveis
Uma dessas amostras de vida era a bactéria w123-10. Este organismo possui 86% dos genes em comum com o resto dos microrganismos conhecidos, mas esta porcentagem é considerada muito baixa, do ponto de vista biológico.
"Se o tivessem encontrado em Marte, certamente teriam declarado que era vida marciana, mas trata-se de DNA terrestre", explicou Sergei Bulat à Sputnik, colaborador científico do Instituto de Física Nuclear de São Petersburgo.
Outra descoberta foi um organismo análogo às espécies conhecidas de Janthinobacterium, que possui propriedades fungicidas. O resto dos 47 DNA decifrados pertence a bactérias já conhecidas, embora não se saiba se elas foram preservadas somente no gelo ou também habitam as águas do próprio lago.
Além disso, pesquisadores desejam recolher amostras do fundo do lago onde aparentemente existem fontes termais. Os especialistas chegaram a esta conclusão devido aos cristais de vários minerais, típicos das zonas hidrotermais, que se encontram na parte inferior da geleira.
Contudo, este avanço somente será possível quando for inventada a tecnologia de "perfuração limpa" permitindo a obtenção de água pura. É por isso que em cada ano, participantes da Expedição antártica russa chegam à estação de Vostok para resolver em condições reais esta difícil tarefa.