Especialista: 'desafio' dos EUA exige que Rússia dê 'resposta à altura'

© Sputnik / Vitaly Ankov / Acessar o banco de imagensFuzileiros da Frota do Pacífico da Marinha russa protegem a região de Kamchatka (Extremo Oriente russo)
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Aviação naval russa e as forças de defesa aérea da Frota do Pacífico serão unidas e o quartel-general do novo exército se encontrará na península de Kamchatka. Especialista militar russo explica o que provocou tais medidas.

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O novo exército controlará Kamchatka, distrito autônomo de Chukotka e região ártica. A sua criação vai começar em 2018. Espera-se que, no futuro, na área de responsabilidade da nova unidade entrem as Ilhas Curilas, mar do Japão (também conhecido como mar do Leste) e mar de Okhotsk.

A nova unidade de defesa contará com aviação, mísseis e tropas radiotécnicas. Além disso, será alterada a estrutura da Força Aérea: ao invés de bases aéreas, criadas em 2008, prevê-se restituição de regimentos e divisões.

Vários especialistas opinam que a criação de tais unidades em direção ao oceano Pacífico é realmente oportuna. Nos últimos tempos essa região se tornou uma zona "quente", sendo que a atividade dos EUA nessa área se intensificou significativamente sob o pretexto de ameaça norte-coreana.

Neste contexto, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik o especialista militar, Boris Rozhin, comentou sobre as medidas tomadas pela Rússia para garantir sua segurança.

"Este passo é realmente avançado, pois os maiores esforços militares foram dedicados ao aumento [de capacidades] da Força Aérea russa em direção ao sudeste, no Cáucaso. Mas a intensificação da atividade dos EUA no Ártico, no Japão, no mar do Sul da China e na península da Coreia, exige respostas adequadas. A Frota do Pacífico cede suas capacidades à Frota do Norte. Os navios são antigos, as capacidades de sistema de defesa antiaéreo não correspondem aos desafios que começaram a surgir perto das nossas fronteiras", declarou o especialista.

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Ao falar sobre os desafios, o especialista russo destacou que "além da atividade dos navios, está o posicionamento de sistemas de defesa aérea na Coreia do Sul. Formalmente, essa atividade [dos EUA] foi destinada contra a Coreia do Norte, mas indiretamente afetam a potência da China e da Rússia. Tal desafio exige tomar decisões estratégicas [por parte da Rússia] para aumentar significativamente as capacidades do sistema de defesa antiaérea no Extremo Oriente. Não é só o controle da ameaça ligada à crise norte-coreana, mas a proteção das Ilhas Curilas que o Japão pretende controlar. Isso também está ligado com a proteção de ambições russas no Ártico, que é o centro da concorrência político-econômica. A Rússia fortalece suas ambições através de meios militares".

Entretanto, o especialista sublinhou que "tais ações são dedicadas contra a atividade dos EUA, pois com a China, nós [Rússia] temos relações de amizade e cooperação militar".

De acordo com especialista militar, tudo isso exige que a Rússia aumente suas capacidades defensivas de suas posições, para ser capaz de se proteger das ações realizadas por parte dos adversários estratégicos.

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Ao mesmo tempo, Rozhin acrescentou que durante um longo tempo o Extremo Oriente não foi considerado uma região prioritária.

"Agora, o conflito continua com os EUA, e os acordos com o Japão não foram atingidos. A Rússia não planeja entrar na corrida armamentista, pois não há recursos suficientes para isso. Vamos tentar realizar nossa atividade de acordo com os recursos existentes", afirmou.

Nessa conexão, destacou que "hoje o orçamento de defesa ainda é significativo", acrescentando que será possível "encontrar dinheiro para esse exército".

Entretanto, o especialista opina que uma série de problemas pode ser resolvida através do desenvolvimento das relações com a China. "A Rússia tem vantagem quando a China resolve os problemas, mas não vale a pena esquecer suas próprias capacidades de defesa", finalizou.

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