John Valley, da Universidade do Wisconsin-Madison (EUA), explicou que os testes realizados pelos cientistas "revelaram que os fósseis têm origem biológica".
Três anos atrás, geólogos japoneses, que estudavam jazigos de grafita no território da Gronelândia, encontraram sinais de que a vida podia existir até mais cedo, há 3,7 bilhões de anos. Dois anos atrás, pesquisadores australianos revelaram que a vida podia ter aparecido até mais cedo – quatro bilhões de anos atrás.
Porém, segundo explicou Valley, muitos geólogos não concordam com estas avaliações e acreditam que a vida tenha aparecido muito mais tarde, de 2,5 a 3 bilhões de anos atrás. Eles criticam os achados deste tipo, assinalando que jazigos de grafita e outras rochas biogenias poderiam ter se formado sem a participação de micróbios e que os vestígios de bactérias e arqueas foram produto da imaginação dos pesquisadores.
Valley e seus colegas tentaram provar que os céticos não tinham razão. Eles estudaram o conteúdo isotópico e químico dos jazigos de grafita encontrados na Austrália trinta anos atrás.
Ao realizar o estudo, os pesquisadores descobriram que os fósseis pertencem a arqueas, parentes afastados dos modernos representantes do micromundo. Além do mais, os cientistas descobriram que estes organismos se alimentavam de metano, que na altura era abundante na atmosfera terrestre.
Esta descoberta "afasta" o tempo de surgimento de arqueas quase em 800 milhões de anos, já que antigamente os cientistas consideravam que estes organismos teriam aparecido muito mais tarde que as bactérias, há aproximadamente 2,7 bilhões de anos.
Segundo explicou John Valley, este achado prova que a vida evolucionou de forma bastante mais rápida do que os cientistas consideravam antes, e que ela poderia ter aparecido praticamente na altura do nascimento do planeta.