Como responderá Rússia às 'sanções de mísseis' dos EUA?

© AFP 2023 / ALEXANDER NEMENOVMíssil balístico intercontinental russo Topol-M em exibição na Praça Vermelha durante celebrações do Dia da Vitória em Moscou (arquivo)
Míssil balístico intercontinental russo Topol-M em exibição na Praça Vermelha durante celebrações do Dia da Vitória em Moscou (arquivo) - Sputnik Brasil
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A Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo) não exclui uma resposta às sanções do Departamento do Comércio dos EUA contra duas empresas de defesa nacionais.

O vice-chefe do Comitê de Defesa da Duma Russa, Yuri Shvitkin, disse ao jornal russo Nezavisimaya Gazeta que a resposta da Rússia dependeria da magnitude das consequências do novo alargamento da "lista negra" dos EUA.

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"Teremos que analisar o efeito dessas sanções. É claro que são politizadas. É claro que a nossa posição é responder de forma simétrica, se for necessário. Em minha opinião, se as restrições causarem danos significativos às nossas empresas, então deveremos introduzir algumas medidas de represália", afirmou o político.

Segundo Shvitkin, os EUA estão procurando um pretexto para frustrar o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês).

"Os EUA estão tentando testar mísseis balísticos que vão além do Tratado. Estão violando as regras do direito internacional, mas querem endossar essa responsabilidade ao nosso país, o que é absolutamente errado. Os norte-americanos procuram demonstrar à comunidade internacional que eles são os bons e nós somos os maus. Mas respeitamos estritamente todas as disposições do Tratado INF", explicou ele.

Em 19 de dezembro Washington anunciou a introdução de sanções contra duas empresas russas, o Bureau de Design Novator e o Centro Federal de Pesquisas e Produção Titan-Barrikady, por suposta violação do tratado. 

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A reação do Ministério das Relações Exteriores da Rússia foi imediata: o vice-chefe da Chancelaria Sergei Ryabkov declarou que "os EUA tomam o caminho de ruptura do Tratado INF e buscam um pretexto".

"Solicitamos reiteradamente que os EUA apresentassem evidências para provar suas acusações sem fundamento. Mas isso nunca foi feito, até durante a reunião da Comissão de Controle Espacial sobre o Tratado INF, realizada há uma semana", disse Ryabkov.

O diplomata acrescentou também que a "Rússia já tem por hábito aguentar as sanções". “Já há quatro anos que os EUA introduzem sanções contra Moscou, mas a economia, bem como o poder militar da Rússia estão se fortalecendo", sublinhou ele.

Segundo os especialistas russos, a possível ruptura do acordo de mísseis entre a Rússia e os EUA teria um impacto negativo, sobretudo para a Europa.

"As consequências podem ser muito tristes para a segurança europeia. Repete-se a situação dos anos 80 do século passado, especialmente levando em conta que as relações entre a Rússia e os EUA estão completamente deterioradas. Isso significa que haverá uma nova rodada de corrida às armas nucleares, que minará a estabilidade no continente europeu", explicou ao jornal o ex-chefe do Estado-Maior das Tropas de Mísseis Estratégicos russas, Viktor Esin.

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Anteriormente, o diretor do Departamento para Assuntos de Não-Proliferação e Controle de Armas do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Ulianov, declarou que a Rússia não planeja retirar-se do tratado INF.

O Tratado INF foi celebrado entre a União Soviética e os EUA em 1987. As partes do Tratado se comprometeram a não desenvolver, testar ou instalar mísseis de cruzeiro e balísticos com alcance operacional de 500 a 5.500 km.

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